O recém-nomeado primeiro-ministro François Bayou prometeu reconstruir o território francês, recentemente devastado por um ciclone, em dois anos.
O primeiro-ministro francês, François Bayrou, chegou esta segunda-feira ao território francês ultramarino de Mayotte, onde se comprometeu a reconstruir a ilha num prazo de dois anos. Declarações proferidas depois de a passagem do ciclone Chido pela região, em meados de dezembro, ter deixado um vasto rastro de destruição pelo arquipélago.
“Sim, penso que esse é um objetivo. Se soubermos tomar todas as decisões necessárias, é um objetivo que temos de estabelecer”, afirmou o chefe do governo francês, quando questionado sobre o plano de reconstrução de Mayotte, com uma duração prevista de dois anos.
O ciclone Chido, considerado o mais severo a atingir a ilha nos últimos 90 anos, devastou várias infraestruturas, tendo provocado o corte de eletricidade, deixado casas sem água e sobrecarregado os poucos locais que ainda tinham capacidade para fornecer bens essenciais. Os peritos em saúde pública receiam que a falta de acesso a água potável possa provocar doenças.
De visita a um hospital de campanha em Mamoudzou, François Bayrou abordou ainda o que descreveu como sendo "rumores" que davam conta da possibilidade de existência de milhares de mortos na sequência deste desastre natural.
Detalhando que o número de óbitos é provavelmente de "algumas dezenas ou algumas centenas", o primeiro-ministro francês acrescentou: “Os rumores de milhares de mortos são infundados.”
Uma afirmação que parece, portanto, contrariar a informação avançada, há algumas semanas, pelo representante local do governo francês em Mayotte, François-Xavier Bieuville. Na altura, o dirigente referiu, em declarações à estação de televisão Mayotte la 1ere: “Penso que existem várias centenas de mortos, talvez cheguemos perto de mil. Até milhares... dada a violência deste acontecimento."
Agora, o primeiro-ministro francês veio sugerir que essa se tratou de uma estimativa incorreta. “Temos de ter muito cuidado com o que dizemos”, afirmou, acrescentando: “Os observadores no terreno, que são muito sensatos e que investigaram exaustivamente, afirmam que o número de mortos está dentro destes limites. Foram ao encontro dos líderes comunitários e assistiram a cerimónias religiosas improvisadas, fornecendo-nos estas informações.”
Segundo as autoridades locais, o balanço mais atualizado dá conta de 39 vítimas mortais e de, pelo menos, 2.500 feridos.
No entanto, os habitantes expressaram a angústia por não saberem se os seus entes queridos estão mortos ou apenas desaparecidos, em parte devido aos enterros apressados exigidos pela prática muçulmana de enterrar os mortos no prazo de 24 horas.
François Bayrou viajou até Mayotte acompanhado de Manuel Valls, recentemente nomeado ministro da França Ultramarina, e Elisabeth Borne, ministra da Educação, que visitaram uma escola secundária afetada pelo ciclone Chido.
A viagem incluiu também uma paragem num hospital de campanha, onde Bayrou saudou os trabalhadores dos serviços de urgências e as autoridades locais à chegada.