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Ucrânia e Rússia chegam a acordo sobre nova troca de prisioneiros de guerra durante conversações em Istambul

Membros da delegação ucraniana chegam ao Palácio de Ciragan para as conversações de paz entre a Ucrânia e a Rússia em Istambul, 2 de junho de 2025
Membros da delegação ucraniana chegam ao Palácio de Ciragan para as conversações de paz entre a Ucrânia e a Rússia em Istambul, 2 de junho de 2025 Direitos de autor  AP Photo
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De Sasha Vakulina
Publicado a Últimas notícias
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A Ucrânia e a Rússia concluíram a segunda ronda de conversações em Istambul. As partes chegaram a acordo sobre uma nova troca de prisioneiros de guerra com menos de 25 anos e soldados gravemente doentes. Kiev diz ter entregado ainda a Moscovo a lista de crianças ucranianas deportadas ilegalmente.

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A Ucrânia e a Rússia concluíram, esta segunda-feira, a segunda ronda de conversações de paz em Istambul, tendo chegado a acordo sobre uma nova troca de prisioneiros de guerra, segundo o ministro da Defesa de Kiev.

Rustem Umerov, que está a liderar a delegação de Kiev, disse que as partes vão trocar soldados gravemente doentes e jovens, informa a emissora nacional da Ucrânia Suspline.

“Chegámos a acordo a propósito de uma troca e em breve anunciaremos os pormenores. Estamos a concentrar-nos naqueles que estão gravemente feridos e doentes. Estamos a concentrar-nos na categoria dos jovens e noutras categorias, bem como na troca de corpos”, explicou Umerov aos jornalistas, após a reunião na Turquia.

Durante as conversações em Istambul, a Ucrânia também entregou aos funcionários de Moscovo uma lista de crianças ucranianas deportadas à força pela Rússia.

“Estamos a falar de centenas de crianças que a Rússia deportou ilegalmente, transferiu à força ou mantém nos territórios temporariamente ocupados. Estamos à espera de uma resposta. A bola está no campo da Rússia”, afirmou o chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andriy Yermak, no Telegram.

A primeira ronda de negociações, realizada a 16 de maio, resultou na maior troca de prisioneiros na proporção “mil por mil”, mas não produziu grandes resultados no que diz respeito a pôr fim à invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia.

Desta vez, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, identificou três prioridades para Kiev: um cessar-fogo de 30 dias, uma nova troca de prisioneiros e o regresso das crianças ucranianas deportadas à força pela Rússia.

O Kremlin não revelou aquelas que seriam as suas prioridades e os funcionários de Moscovo apenas mencionaram repetidamente “as causas profundas” que motivaram a sua guerra contra a Ucrânia.

A Rússia tinha vindo a utilizar a expressão “causas profundas” já desde o período que antecedeu a sua invasão total da Ucrânia no início de 2022 e refere-se recorrentemente a elas para justificar a sua guerra total contra o país vizinho.

"Memorando de paz"

Kiev e Moscovo terão concordado em apresentar o seu “memorando de paz”, definindo as principais posições de cada uma das partes, antes desta segunda-feira.

A delegação ucraniana declarou ter apresentado o seu roteiro pormenorizado, com o objetivo de garantir uma paz duradoura. Em declarações à imprensa estatal russa, o chefe da delegação de Moscovo, Vladimir Medinsky, confirmou que a parte russa tinha recebido as propostas de paz ucranianas.

Moscovo afirmou repetidamente que só anunciará as suas exigências quando as conversações forem retomadas.

Em declarações antes da ronda desta segunda-feira, Zelenskyy sublinhou que a Rússia não apresentou o seu memorando de paz à Ucrânia, à Turquia ou aos EUA. “Apesar disso, tentaremos alcançar, pelo menos, alguns progressos no caminho para a paz”, afirmou.

Um soldado ucraniano dispara um morteiro de 120 mm contra posições do exército russo perto de Chasiv Yar, 27 de maio de 2025
Um soldado ucraniano dispara um morteiro de 120 mm contra posições do exército russo perto de Chasiv Yar, 27 de maio de 2025 Oleg Petrasiuk/ 24.ª Brigada Mecanizada Ucraniana

O embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, reiterou na sexta-feira passada que Moscovo só consideraria um cessar-fogo se a Ucrânia parasse a mobilização e deixasse de receber ajuda militar estrangeira.

Moscovo também exigiu, anteriormente, que a Ucrânia retirasse as suas forças de quatro regiões ucranianas, que Moscovo alega ter anexado: Donetsk, Luhansk, Zaporíjia e Kherson.

A Rússia não controla todos os territórios nestas regiões, mas “exigiu” que a Ucrânia as abandonasse totalmente.

Moscovo também exige que a NATO interrompa o que classifica como sendo a sua expansão para leste, para além de pedir que a Ucrânia se comprometa com um estatuto neutro e não adira à aliança.

A Reuters noticiou, na quinta-feira passada, que a Rússia quer receber um compromisso escrito, dos líderes ocidentais, que ponha fim à expansão da NATO.

Paciência de Trump face a Putin está a esgotar-se

O presidente dos EUA, Donald Trump, expressou recentemente a sua frustração face à relutância de Moscovo em dar passos no sentido de um cessar-fogo e perante a intensificação dos seus ataques mortais contra a Ucrânia.

Ao mesmo tempo, tem-se recusado, até agora, a impor sanções adicionais à Rússia.

Nos últimos dias, Trump publicou nas redes sociais que Putin ficou “absolutamente louco” e está a “brincar com o fogo”, depois de a Rússia ter intensificado os seus ataques à Ucrânia.

Zelenskyy apelou a Trump para que apresente um “novo pacote forte” de sanções contra a Rússia se as conversações de paz em curso, em Istambul, não produzirem resultados.

Durante a cimeira conjunta dos "Nove de Bucareste" e dos líderes nórdicos, em Vilnius, Zelenskyy afirmou que o Ocidente deve estar preparado para agir de forma decisiva.

"Se a reunião de Istambul não produzir resultados, isso significa, claramente, que são necessárias novas e fortes sanções - do 18.º pacote da UE e, especificamente, dos EUA, as tais sanções mais fortes que o presidente Trump prometeu", disse Zelenskyy.

A medida "deverá visar a energia russa - especialmente o petróleo e os navios-tanque -, os preços máximos, claro, e também os bancos russos e o setor financeiro em geral", acrescentou.

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