Ministério de Emergências russo diz que os destroços da aeronave, pertencente a uma companhia aérea da Sibéria, foram encontrados numa encosta a 15 quilómetros de Tynda, na região de Amur, junto à fronteira com a China. Erro provocado por fraca visibilidade é apontado como possível causa.
Um avião russo que transportava 48 pessoas e que desapareceu dos radares esta quinta-feira na região de Amur, no extremo leste do país, ficou destruído depois de se ter despenhado numa área de floresta densa.
A informação foi confirmada pelo ministério de Emergências da Rússia, citado pela agência noticiosa russa Interfax.
“A quinze quilómetros de Tynda, os destroços de um An-24 foram encontrados numa encosta. O avião ficou destruído.”
"De acordo com o diretor do Aeroporto de Tynda, o avião incendiou-se com o impacto, e a tripulação de um helicóptero Mi-8 que sobrevoava a área não relatou sinais de sobreviventes", afirmou o centro de defesa civil e segurança contra incêndios da região, citado pela agência de notícias russa Tass.
A bordo seguiam 42 passageiros e seis tripulantes. O governador regional, Vasily Orlov, citado pela Associated Press, revela que todos os passageiros e tripulantes morreram na sequência do acidente, tendo sido decretados três dias de luto nacional.
Trata-se de um Antonov An-24, operado pela Angara Airlines, uma companhia aérea com sede em Irkutsk na Sibéria.
A comunicação com a torre de controlo foi perdida quando o aparelho se aproximava do destino, a cidade de Tynda, junto à fronteira com a China.
O serviço de imprensa do aeroporto adianta que o An-24 da Angara Airlines descolou de Khabarovsk conforme previsto nesta quinta-feira às 7h36, hora local (00h36, hora de Moscovo) e deixou de responder às chamadas a poucos quilómetros do aeroporto de Tynda.
Após uma paragem intermédia e reabastecimento em Blagoveshchensk, o voo sofreu um atraso de 1 hora e 35 minutos devido às condições meteorológicas adversas, descreve o jornal russo Moskovskij Komsomolets.
A Interfax relata que o avião desapareceu durante uma segunda tentativa de aterragem, depois de ter falhado uma aproximação inicial ao aeroporto.
A Angara Airlines ainda não se pronunciou oficialmente sobre a situação.
As autoridades locais já abriram uma investigação ao acidente, procurando perceber se foi um erro do piloto em condições meteorológicas adversas provocadas por fraca visibilidade ou uma falha técnica. A primeira opção estará a ser vista como a mais provável, informa a Tass.
O Antonov An-24 é da era da União Soviética, tendo sido construído em 1976, de acordo com o número da cauda. Em entrevista ao Moskovskij Komsomolets, Oleg Smirnov, antigo vice-ministro da Aviação durante a URSS, sublinha que o avião foi submetido a formação adequada e que a sua vida útil foi recentemente prolongada em dez anos, até 2036.
"Sim, o avião não é novo, mas, como dizem os pilotos, não há aviões antigos", afirma Smirnov.
Ainda assim, a autoridade de aviação civil russa disse às agências noticiosas que o aparelho já tinha estado envolvido noutros acidentes/problemas desde 2018. Outros aviões An-24 também já sofreram acidentes mortais.
O presidente russo, Vladimir Putin, manifestou as condolências às famílias das vítimas e cumpriu um minuto de silêncio antes do início de uma reunião de trabalho.