De acordo com o gabinete de imprensa do governo em Gaza, o número de mortos devido à fome aumentou para 115, num contexto de falta quase total de alimentos, água e medicamentos.
O diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, descreveu a crise humanitária em Gaza como uma "fome em massa provocada pelo homem" e sublinhou que esta é "causada pelo bloqueio".
Durante uma conferência de imprensa por videoconferência em Genebra, Tedros afirmou: "Não sei que outro nome dar ao que está a acontecer em Gaza que não seja o de fome em massa provocada pelo homem, e isso é muito claro". "Isto deve-se ao bloqueio."
As observações do diretor da OMS vêm na sequência de uma carta de mais de 100 organizações humanitárias que alertam para a fome generalizada em Gaza, enquanto toneladas de ajuda congelada se acumulam nos pontos de passagem.
Tedros explicou que, mesmo quando Israel autorizou o reinício da distribuição de ajuda, entre março e maio, a ONU e os seus parceiros humanitários não puderam receber ajuda durante cerca de 80 dias e que, nessa altura, a quantidade era insuficiente.
A situação é "catastrófica", afirmou, com "cerca de 10% das pessoas rastreadas a sofrer de desnutrição grave ou moderada, e a taxa atinge 20% entre as mulheres grávidas".
A OMS afirmou que, desde o início deste ano, recebeu informações de que 21 crianças morreram de subnutrição na Faixa de Gaza, acrescentando que o número é provavelmente "muito mais elevado".
Só em julho, 5.100 crianças foram admitidas em programas de tratamento da desnutrição, incluindo 800 crianças que sofrem de emaciação grave, e os centros de tratamento da desnutrição estão cheios e sofrem de uma escassez aguda de fornecimentos para alimentação de emergência, disse a OMS.