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Trump diz que Epstein "roubou" jovens funcionárias do seu resort em Mar-a-Lago

Presidente dos EUA, Donald Trump, fala com os jornalistas a bordo do Air Force One depois de deixar Aberdeen, na Escócia, na terça-feira, 29 de julho de 2025
Presidente dos EUA, Donald Trump, fala com os jornalistas a bordo do Air Force One depois de deixar Aberdeen, na Escócia, na terça-feira, 29 de julho de 2025 Direitos de autor  Jacquelyn Martin/AP
Direitos de autor Jacquelyn Martin/AP
De Kieran Guilbert
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Trump diz que os dois se desentenderam porque Epstein recrutou funcionárias de Mar-a-Lago, incluindo a falecida Virginia Giuffre, que acusou o magnata de abuso sexual.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o magnata e criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein "roubou" jovens mulheres que trabalhavam na sua estância de Mar-a-Lago.

Uma dessas mulheres era Virginia Giuffre, uma das mais conhecidas a acusar Epstein de tráfico sexual, disse Trump aos jornalistas a bordo do Air Force One, na terça-feira, quando regressava de uma viagem à Escócia.

Os comentários de Trump vêm juntar-se às declarações que tinha proferido um dia antes, quando afirmou ter banido Epstein do seu clube privado, na Florida, há duas décadas, porque o seu antigo amigo "roubava pessoas que trabalhavam" para ele.

O presidente tem sido cada vez mais incomodado por questões acerca da relação entre os dois, no contexto de protestos contra a recusa, da sua administração, em divulgar mais registos sobre a investigação do governo sobre o tráfico sexual levado a cabo por Epstein, após promessas de transparência.

Passageiros passam por uma paragem de autocarro enquanto ativistas colocam um cartaz exibindo o presidente Donald Trump e Jeffrey Epstein perto da Embaixada dos EUA em Londres
Passageiros passam por uma paragem de autocarro enquanto ativistas colocam um cartaz exibindo o presidente Donald Trump e Jeffrey Epstein perto da Embaixada dos EUA em Londres Thomas Krych/AP

Teorias da conspiração têm sido frequentes entre parte da base MAGA de Trump, e este tem tentado minimizar ou desviar a atenção, e as perguntas, sobre o caso Esptein.

Trump manifestou a sua frustração pelo facto de as pessoas ainda estarem a falar do assunto seis anos depois de Epstein ter morrido por suicídio na prisão, enquanto aguardava julgamento, criticou alguns dos seus apoiantes e chamou repetidamente ao assunto uma "farsa".

Os seus comentários mais recentes surgiram no momento em que os advogados da ex-namorada de Epstein, Ghislaine Maxwell - condenada por ajudá-lo a abusar sexualmente de meninas menores de idade -, afirmaram que esta está disposta a testemunhar perante o Congresso se lhe for concedida imunidade e outras proteções.

O desentendimento

Enquanto falava com os jornalistas no Air Force One, Trump disse que estava chateado por Epstein estar a "levar pessoas que trabalharam para mim". As mulheres, disse ele, foram "retiradas do spa, contratadas por [Epstein] - por outras palavras, desapareceram".

"Eu disse: 'Oiça, não queremos que leve as nossas pessoas'", afirmou Trump. Quando o caso voltou a repetir-se, o presidente informou ter banido Epstein de Mar-a-Lago.

Na semana passada, a Casa Branca disse que o presidente tinha cortado relações com o seu antigo amigo porque o considerava um "canalha".

Questionado pelos jornalistas se Giuffre era uma das funcionárias recrutadas por Epstein, Trump hesitou, mas depois disse: "ele roubou-a".

Giuffre suicidou-se no início deste ano. Ela alegou que Maxwell a viu a trabalhar como empregada de um spa em Mar-a-Lago em 2000, quando era adolescente, e contratou-a como massagista de Epstein, o que levou aos abusos sexuais.

Embora as alegações de Giuffre não tenham sido incluídas nos processos criminais contra Epstein, ela é fundamental para as teorias da conspiração sobre o caso. Acusou Epstein de a ter pressionado a ter relações sexuais com homens poderosos.

Maxwell em foco

Maxwell - que negou as alegações de Giuffre - está a cumprir uma pena de 20 anos numa prisão federal da Florida por ter conspirado com Epstein para abusar sexualmente de raparigas menores.

No início deste mês, a Comissão de Supervisão e Reforma Governamental da Câmara dos Representantes, liderada pelos republicanos, intimou Maxwell a testemunhar perante os legisladores a 11 de agosto.

Uma porta-voz do comité disse, na terça-feira, que o painel não iria considerar a concessão de imunidade que Maxwell pediu em troca do seu testemunho.

A potencial entrevista faz parte de um interesse renovado e frenético pela saga de Epstein, após a declaração do Departamento de Justiça dos EUA, no início deste mês, de que não iria divulgar quaisquer registos adicionais da investigação.

Numa aparente reviravolta, a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, voltou atrás na ideia de que Epstein mantinha uma "lista de clientes" das elites que participavam no seu tráfico de raparigas menores.

Audrey Strauss, procuradora federal interina do Distrito Sul de Nova Iorque, aponta para uma foto de Jeffrey Epstein e Ghislaine Maxwell em Nova Iorque, 2 de julho de 2020.
Audrey Strauss, procuradora federal interina do Distrito Sul de Nova Iorque, aponta para uma foto de Jeffrey Epstein e Ghislaine Maxwell em Nova Iorque, 2 de julho de 2020. John Minchillo/AP

O anúncio repentino surpreendeu teóricos da conspiração e elementos da base política de Trump, entre outros, que esperavam encontrar provas de um encobrimento por parte do governo.

Desde então, a administração Trump tem procurado apresentar-se como promotora da transparência, com o departamento a pedir aos tribunais que revelem as transcrições do grande júri sobre as investigações de tráfico sexual. Na semana passada, um juiz da Flórida rejeitou o pedido, embora pedidos semelhantes estejam pendentes em Nova Iorque.

Por outro lado, os advogados de Maxwell instaram o Supremo Tribunal dos EUA a rever a sua condenação, alegando que ela não teve um julgamento justo.

Dizem também que uma forma de ela testemunhar "aberta e honestamente, em público", seria por via de um perdão por parte de Trump. O presidente disse aos jornalistas que tal ação está dentro dos seus direitos, mas que não lhe foi pedido que o fizesse.

"Ela acolhe com agrado a oportunidade de partilhar a verdade e dissipar os muitos equívocos e declarações erradas que têm assolado este caso desde o início", referiram os seus advogados.

Outras fontes • AP

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