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Flotilha Global Sumud parte de Barcelona em direção a Gaza para criar um corredor humanitário

Navios da flotilha atracados no porto de Barcelona, 31 de agosto de 2025
Navios da flotilha atracados no porto de Barcelona, 31 de agosto de 2025 Direitos de autor  x.com - Francescms
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De Jesús Maturana
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Vinte navios com mais de 300 tripulantes, entre os quais Greta Thunberg e o ator Liam Cunningham, zarparam no domingo do porto de Barcelona em direção a Gaza para estabelecer um corredor humanitário e denunciar o que descrevem como genocídio.

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A Global Sumud Flotilla tem o apoio de figuras proeminentes do ativismo internacional e do mundo do espetáculo. Entre a tripulação daquela que é popularmente conhecida como a flotilha de Gaza está a ativista climática sueca Greta Thunberg, que afirmou que "pouco a pouco, todos os dias, as pessoas estão a acordar para este genocídio" e critica o silêncio do mundo face ao desrespeito do direito internacional por parte de Israel. O ator irlandês Liam Cunningham, conhecido pelo seu papel na série "Games of Thrones", também vai participar.

A antiga Presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau, presente na cerimónia de despedida, destacou o compromisso histórico da cidade com a causa palestiniana, recordando que Barcelona foi "a primeira cidade da Europa a romper relações institucionais com Israel". O ator Eduard Fernández também manifestou o seu apoio, descrevendo cada barco como "um grito de dignidade" e denunciando que "a água se torna um túmulo quando os direitos são negados". A Espanha foi um dos primeiros países a reconhecer o Estado da Palestina, em maio de 2024.

No sábado, em Génova, 40.000 pessoas participaram numa marcha com tochas desde a sede da Música pela Paz até ao Porto Velho, para acompanhar a flotilha com alimentos destinados a Gaza. A associação italiana conseguiu recolher mais de 300 toneladas de ajuda humanitária que serão transportadas para a Faixa de Gaza nos próximos dias.

A presidente da Câmara de Génova, Silvia Salis, participou na marcha, declarando-se "orgulhosa de ser presidente desta cidade, mas esta noite ainda mais". O Movimento 5 Estrelas anunciou uma doação de um milhão de euros à Music for Peace, enquanto os representantes do Partido Democrático e da Alianza Verdes Izquierda manifestaram o seu apoio e apelaram ao governo de Giorgia Meloni para que garanta a proteção dos cidadãos italianos que se dirigem a Gaza.

De Portugal, a participação na flotilha gerou polémica política. Mariana Mortágua, deputada e coordenadora do Bloco de Esquerda, juntamente com o ativista Miguel Duarte e a atriz Sofia Aparício, fazem parte da tripulação portuguesa.

Mortágua esperava que a sua imunidade parlamentar pudesse ser útil para a missão, mas o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, esclareceu que "a imunidade parlamentar não confere imunidade diplomática" e que o Governo português "não tem qualquer obrigação de acompanhar e proteger" a flotilha ao abrigo do direito internacional. Apesar disso, Rangel confirmou que todos os cidadãos portugueses, incluindo os três participantes, beneficiarão da proteção consular correspondente.

Objetivos e denúncia da situação em Gaza

Saif Abukeshek, organizador da flotilha, explicou que a missão tem como objetivo estabelecer um corredor humanitário para Gaza, onde já morreram mais de 63.000 pessoas, muitas delas crianças. Segundo o seu testemunho, a falta de água, eletricidade e alimentos no território palestiniano "é intencional", tal como o bombardeamento de hospitais e escolas.

Yasemin Acar, ativista alemã dos direitos humanos, denunciou que "jornalistas estão a ser assassinados em Gaza" e que "muitos países estão a colaborar com este genocídio". A flotilha é apresentada como uma "decisão estratégica" de mobilização, em que "a esperança é a resistência dos palestinianos", segundo Abukeshek.

Apoio governamental e antecedentes

A iniciativa conta com o apoio do ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, que garantiu que a Espanha irá disponibilizar "toda a proteção necessária" para os tripulantes espanhóis. O ministro recordou que o Governo espanhol tem vindo a "solicitar há meses que todos os trabalhadores humanitários possam entrar livremente em Gaza" e garantiu o mesmo nível de proteção consular oferecido às flotilhas anteriores.

No entanto, a missão depara-se com precedentes preocupantes. Em ocasiões anteriores, os comandos do exército israelita interceptaram outras flotilhas que tentavam chegar à costa de Gaza, como a Flotilha da Liberdade.

As forças israelitas "desarmaram" violentamente os barcos e apreenderam material médico e alimentos destinados à população civil. Apesar destes riscos, os organizadores continuam determinados: "Não sabemos o que vai acontecer, mas é muito claro para nós que vamos organizar-nos de novo".

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