Milhares de pessoas manifestam-se, esta terça-feira, em cidades de toda a Espanha num dia de greve geral e paralisações parciais convocadas em solidariedade com a Palestina. Os protestos, impulsionados por sindicatos e coletivos sociais, afetam os transportes, a saúde e a educação.
Milhares de pessoas estão a manifestar-se esta terça-feira em cidades de toda a Espanha, numa jornada de greve geral e paralisações parciais convocadas em solidariedade com a Palestina e para exigir o fim da ofensiva israelita na Faixa de Gaza. As mobilizações, promovidas por sindicatos e grupos sociais, incluíram marchas, concentrações, bloqueios e paralisações em infraestruturas essenciais, num contexto de ampla participação cidadã.
Na Catalunha, a greve começou às primeiras horas da manhã com piquetes e cortes de estradas e de acessos ao porto de Barcelona. Registaram-se também cancelamentos de comboios e paralisações em alguns turnos industriais, nomeadamente na fábrica da Seat. Em Mataró, um grupo de manifestantes ocupou um McDonald's durante 20 minutos. Na capital catalã, centenas de pessoas concentraram-se em frente à sede da Comissão Europeia, na Via Laietana, e fizeram uma marcha pelo centro da cidade, num contexto de forte presença policial. Na estação de Sants, houve momentos de tensão entre manifestantes e agentes dos Mossos d'Esquadra.
Noutras cidades, como Logroño, León, Múrcia, Toledo, Bilbau e também nas Ilhas Baleares, os protestos assumiram a forma de comícios, marchas e atos simbólicos. Nas Ilhas Baleares, cerca de 600 professores aderiram ao dia de greve. Em León, os manifestantes partiram da Plaza de San Marcos para a Plaza de Regla, parando em frente a um supermercado para apelar ao boicote aos produtos ligados a Israel. Em Logroño, a Plaza del Espolón foi simbolicamente rebatizada de "Plaza Palestina Libre" ("Praça Palestina Livre", em português) durante o evento principal.
Os transportes, a saúde e a educação foram afetados pelas greves, embora as administrações tenham estabelecido serviços mínimos para garantir o funcionamento dos serviços essenciais. Em Madrid, o metro está a funcionar a 80% nas horas de ponta e os autocarros a 30%, enquanto na Catalunha os transportes públicos mantêm 66% das suas frequências habituais. Na Galiza, os sindicatos convocaram greves de duas a quatro horas por turno, e em Huesca os autocarros urbanos estão a funcionar com um horário reduzido.
Movimento universitário e Sumar juntam-se ao protesto
O movimento estudantil também desempenhou um papel importante, com greves e concentrações em várias universidades públicas. No Congresso, o grupo parlamentar do Sumar anunciou a sua ausência da sessão de controlo do governo, num gesto de apoio ao dia de protesto.
As manifestações fazem parte de um apelo internacional para denunciar o que os organizadores classificam como "genocídio" em Gaza e para exigir um cessar-fogo permanente. Durante o dia, Israel confirmou que manterá a entrada de ajuda humanitária através da passagem de Rafah com cerca de 600 camiões de mantimentos por dia, embora tenha avisado que irá rever a situação se a entrega dos corpos dos reféns acordada com o Hamas não for concluída.
Apesar do cessar-fogo, fontes locais relataram um ataque de drones na cidade de Gaza que matou duas pessoas. A ativista sueca Greta Thunberg, que fazia parte de uma flotilha humanitária que foi intercetada pelas forças israelitas, denunciou ter sido agredida durante a sua detenção.