O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizou uma chamada na Sala Oval com o presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ampliando os Acordos de Abraão de modo a incluir a nação da Ásia Central.
O Cazaquistão comprometeu-se oficialmente a aderir aos Acordos de Abraão, uma série de acordos mediados pelos EUA, lançados em 2020, para normalizar as relações diplomáticas entre Israel e as nações árabes.
O presidente dos EUA, Donald Trump, expandiu os acordos ao garantir o compromisso do homólogo cazaque, Kassym-Jomart Tokayev, de assinar o acordo durante uma chamada telefónica entre os dois líderes e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
O telefonema foi feito a partir da Sala Oval na cimeira "C5+1", uma reunião que envolve os líderes do Uzbequistão, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Estados Unidos. Os EUA também concluíram um acordo de 1,1 mil milhões de dólares que concede a uma empresa norte-americana os direitos para desenvolver os depósitos de minerais críticos do Cazaquistão.
Durante a cimeira "C5+1" em Washington, Trump fez questão de convidar Tokayev para participar numa chamada telefónica com Netanyahu para reafirmar a intenção do Cazaquistão de aderir à iniciativa.
Em declarações na Casa Branca, Trump confirmou o avanço diplomático: "Tenho o prazer de informar que o Cazaquistão concordou oficialmente. Um país extraordinário, com um líder extraordinário, aderiu oficialmente aos Acordos de Abraão".
Tokayev observou que o presidente dos EUA, Donald Trump, "conseguiu alcançar resultados extraordinários que pareciam inatingíveis para muitos, criando pré-requisitos reais para o estabelecimento de uma paz duradoura no Médio Oriente".
Uma mudança diplomática crucial, segundo os especialistas
Os especialistas dizem que a decisão do Cazaquistão marca uma mudança diplomática crucial, uma vez que a Ásia Central continua a equilibrar as suas relações com a China e a Rússia. Miras Zhiyenbayev, assessor do presidente para os assuntos internacionais da Universidade Maqsut Narikbayev, comentou o significado da decisão.
"Se assinarmos algo, criamos um enquadramento especial para um contexto mais alargado; diferentes países de todo o mundo aderem à iniciativa", afirmou Zhiyenbayev. "Muitas notícias serão divulgadas após este apelo histórico, mas o verdadeiro conteúdo destes acordos para o Cazaquistão será conhecido muito em breve."
O presidente do Cazaquistão manifestou igualmente o seu apoio às iniciativas de paz do homólogo norte-americano, incluindo a "Rota Trump para a Paz e a Prosperidade Internacionais" (TRIPP), um corredor de infraestruturas que atravessa o sul da Arménia e liga o Azerbaijão continental a Nakhchivan. O presidente Tokayev saudou o projeto como um contributo para o desenvolvimento do Corredor Central.
Está previsto que a Rota Internacional de Transporte Transcaspiana, que liga o comércio entre a China e a Europa, contornando a Rússia, seja conectada ao TRIPP, o que poderá aumentar o volume de comércio e reduzir os estrangulamentos logísticos.
Durante a cimeira, os Estados Unidos assinaram também um acordo de 1,1 mil milhões de dólares com o Cazaquistão para desenvolver os maiores depósitos de tungsténio inexplorados do mundo, dando a uma empresa norte-americana uma participação maioritária na empresa comum. Washington saudou a parceria como um passo significativo para a obtenção de minerais essenciais. O Cazaquistão já fornece um quarto das necessidades de urânio dos Estados Unidos.
Novos acordos firmados no valor de dezenas de milhares de milhões de dólares
Além disso, foram assinados novos acordos no valor de 17,2 mil milhões de dólares entre empresas do Cazaquistão e dos EUA nos setores dos recursos minerais, das tecnologias digitais e da aviação, incluindo os planos do Cazaquistão de adquirir mais aeronaves Boeing para a sua frota nacional.
Jeff Erlich, diretor-executivo da Câmara de Comércio Americana no Cazaquistão, destacou a natureza diversificada desses investimentos: “Existe um investimento norte-americano crescente em, digamos, bens de consumo ou TI [Tecnologias da Informação], outras áreas que crescem com o desenvolvimento económico e a demografia do país. Historicamente, os grandes negócios têm sido no setor do petróleo e gás”.
Os EUA continuam a ser o maior investidor no Cazaquistão, com investimentos acumulados de mais de 100 mil milhões de dólares, cerca de 80% de todo o investimento estrangeiro na Ásia Central. O comércio bilateral quase duplicou para cinco mil milhões de dólares, com mais de 600 empresas norte-americanas a operar atualmente no Cazaquistão.