Pastor de 74 anos, um dos maiores críticos públicos de Viktor Órban, está acusado de ter sido violento durante uma rusga. Manifestantes falam num caso com motivações políticas.
Milhares de pessoas reuniram-se na rua Dankó, em Budapeste, para uma manifestação de solidariedade em apoio de Gábor Iványi.
O pastor de 74 anos foi acusado de violência contra um funcionário pela Procuradoria Metropolitana de Investigação, depois de ter tentado entrar no edifício da sua igreja em fevereiro de 2022, durante uma rusga não anunciada.
De acordo com Iványi, não houve violência.
Na capital húngar, os participantes na manifestação dizem que o processo se trata de um assassinato de caráter, alimentado por uma vingança pessoal.
"Isto é uma vingança pessoal, nada mais. E quem quer que esteja a fazer isto agora tem poder para o fazer", afirmou uma manifestante.
"Penso que deve haver um ódio muito profundo no primeiro-ministro Viktor Orbán contra a pessoa de Gábor Iványi, e todos nós somos vítimas disso, especialmente aqueles que estão a ser apadrinhados por Gábor Iványi", explicou outro participante no protesto.
A Fundação para os Perseguidos Políticos, que organizou o evento, disse que foram realizadas manifestações semelhantes em várias cidades e que a organização irá contribuir financeiramente para os custos legais do processo.
"Fomos criados para defender e representar aqueles que o sistema quer silenciar, por isso vamos continuar esta luta. Vamos também tentar pagar os custos legais e de defesa deste processo, contribuir para ele e mobilizá-lo continuamente, de modo a consciencializar a sociedade de que há aqui uma organização que não tem estatuto eclesiástico, há aqui ONG que precisam de ser apoiadas até que o regime mude. A partir daí, esta será a tarefa do Estado húngaro", afirmou András Fekete-Győr, presidente da Fundação.
Gábor Iványi é um dos criticos mais ferozes do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán. O pastor, que há anos lidera organizações para os mais necessitados, acredita que se trata de um caso premeditado e politicamente motivado. Iványi diz ainda que, realizado em plena campanha eleitoral, o processo pode representar um tiro no próprio pé de quem está no poder.