A Rússia afirma ter tomado o controlo de mais duas aldeias no sul da Ucrânia. O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy escreveu no X que espera "o reinício das trocas de prisioneiros de guerra" em breve.
A Ucrânia está a trabalhar no sentido de reiniciar as trocas de prisioneiros com a Rússia, com uma possível troca próxima a poder trazer para casa 1200 prisioneiros ucranianos, disse o presidente Volodymyr Zelenskyy este domingo, um dia depois de o principal responsável pela segurança nacional ter relatado progressos nas conversações.
"Estamos a contar com o recomeço das trocas de prisioneiros de guerra", escreveu Zelenskyy no X. "Estão a decorrer muitas reuniões, negociações e telefonemas para garantir isso".
Rustem Umerov, secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, disse no sábado que realizou consultas mediadas pela Turquia e pelos Emirados Árabes Unidos sobre a retomada das trocas. Segundo ele, ambas as partes concordaram em reativar os acordos de troca de prisioneiros negociados em Istambul para libertar 1200 ucranianos. Moscovo não respondeu, para já, a esta afirmação.
Os acordos de Istambul, elaborados com a mediação turca em 2022, estabelecem regras para grandes trocas coordenadas de prisioneiros. Desde então, a Rússia e a Ucrânia trocaram milhares de prisioneiros, embora as trocas tenham sido irregulares.
Umerov disse que as conversações técnicas serão realizadas em breve para finalizar os detalhes processuais e organizacionais, expressando esperança de que os ucranianos que retornam possam "celebrar o Ano Novo e as férias de Natal em casa - na mesa da família e ao lado de seus parentes".
Por outro lado, o Serviço Nacional de Emergência da Ucrânia afirmou que os ataques de drones russos durante a noite de domingo danificaram infraestruturas energéticas na região de Odessa, incluindo uma central de energia solar.
A Ucrânia está a lutar para resistir aos implacáveis ataques aéreos russos que provocaram apagões em todo o país, numa altura em que o inverno se aproxima.
Os ataques combinados de mísseis e drones contra a rede elétrica ocorrem por entre os esforços da Ucrânia para travar a tentativa russa de capturar o reduto oriental de Pokrovsk.
Rússia reivindica o controlo de mais duas aldeias
O exército russo afirmou ter capturado duas aldeias no sul da Ucrânia, onde as suas forças estão a avançar lentamente contra unidades ucranianas mais pequenas.
No Telegram, o Ministério russo da Defesa afirmou que as suas tropas tinham tomado o controlo de Rivnopillia e Mala Tokmachka na região de Zaporíjia, depois de no início da semana ter reivindicado a captura de duas outras povoações.
Mais de 1200 ataques lançados contra a Ucrânia em uma semana
A Rússia lançou um total de 1217 ataques com drones e mísseis contra a Ucrânia desde domingo, 9 de novembro, de acordo com as Forças Armadas ucranianas.
A força aérea ucraniana afirmou que a Rússia disparou 176 drones e um míssil durante a última noite, acrescentando que as forças ucranianas abateram ou neutralizaram 139 dos drones.
Os drones que atingiram 14 locais diferentes foram enviados de Kursk, Oryol, Millerovo, Primorsko-Akhtarsk e Chauda - território ocupado da Crimeia.
Foram atingidas instalações de infraestruturas energéticas na região de Odessa, incluindo uma central de energia solar, onde os incêndios foram rapidamente contidos pelas equipas de salvamento, segundo disse o chefe da Administração Militar Regional, Oleh Kiper, no canal Telegram.
Numa publicação na rede social X, Zelenskyy escreveu que estão a decorrer esforços de recuperação nas regiões de Kharkiv, Odessa, Dnirpo, Chernihiv e Sumy.
Rússia abate 57 drones ucranianos
Entretanto, o Ministério da Defesa russo afirmou que as suas forças abateram 57 drones ucranianos durante a noite.
Os governadores das regiões russas de Volgogrado e Voronezh informaram que tinham repelido os ataques de drones na noite de 16 de novembro. O governador de Volgogrado, Andrey Bocharov, e o líder de Voronezh, Alexander Gusev, partilharam a informação através dos canais Telegram das suas administrações.