O Brexit regressa à mesa de negociações com o período de transição a esgotar-se e sem acordo comercial no horizonte.
O relógio do Brexit volta a dominar a contagem do tempo em Bruxelas. As negociações para um acordoretomam esta terça-feira, sendo que ficaram bloqueadas no início da crise sanitária, com Michel Barnier, que conduz os contactos pela União Europeia, a denunciar a inflexibilidade de Londres em vários pontos, nomeadamente as pescas.
E, ao que tudo indica, do lado britânico resiste-se também ao prolongamento das conversações até ao final deste ano, o que torna muita concreta a possibilidade de não haver um acordo.
Isto caso não haja mudanças após a vaga do novo coronavírus que atingiu pessoalmente o primeiro-ministro Boris Johnson e os dois responsáveis pelas negociações, Barnier e David Frost.
Simon Usherwood, professor de Ciência Política na Universidade de Surrey, afirma que quando "o Reino Unido sair da recessão provocada pelo coronavírus pode deparar-se com uma série de outros problemas gerados pela ausência de um acordo comercial com a União Europeia. Podemos assistir a problemas de abastecimento, tal como vimos acontecer recentemente com o esgotamento de stocks nos supermercados. Não é uma boa imagem para um governo que quer dar uma visão positiva do futuro aos britânicos".
O Brexit foi oficializado no dia 31 de janeiro, mas as normas europeias continuam em vigor em solo britânico até ao final deste ano. A haver prolongamento do período de transição, terá de ser pedido até ao final de junho.