Negociador-chefe da União Europeia fez proposta ao Reino Unido que não agrada a todos os Estados-membros e França recusa decidir sob pressão
As redes de pesca do acordo pós-Brexit continuam vazias e a aguardar fumo branco das negociações entre o Reino Unido e a União Europeia.
As últimas horas ficaram marcadas por negociações “extremamente difíceis”, indicam relatos de eurodeputados citados por alguma imprensa de ambos os lados, nomeadamente a RTE, a televisão pública irlandesa.
Uma das últimas jogadas terá sido de Michel Barnier e não terá sido do agrado de alguns dos Estados-membros mais afetados, nomeadamente a Irlanda e a França.
O negociador chefe dos “27” terá proposto ao Reino Unido uma redução de 25% da cota de pesca europeia em águas britânicas e um prazo de revisão do acordo reduzido de dez para seis anos.
O Reino Unido terá respondido com a exigência do dobro de corte da cota de pesca europeia, um primeiro período de três anos sem alteração das cotas e depois uma revisão anual.
De França, um dos países mais afetados por um eventual bloqueio no acesso a águas britânicas, surgiu a possibilidade de as negociações se arrastarem para lá deste domingo, o prazo estabelecido para o Parlamento Europeu para poder haver um acordo que possa ser ultimado e ratificado a tempo de ser aplicado logo após 31 de dezembro, o fim do período de transição do Brexit.
Com os transportes já a darem sinais do caos em que pode cair a relação comercial entre europeus e britânicos, se não houver um acordo nos próximos dias, a partir de 1 de janeiro são aplicadas as regras da Organização Mundial de Comércio.
As transações entre União Europeia e Reino Unido passam a ser escrutinadas pelos diferentes critérios de qualidade de ambos os lados, acrescido de taxas e controlos alfandegários, que ameaçam agravar intensamente os processos de importação e exportação e tornar os produtos mais caros, sobretudo no lado britânico.