"Tensões globais e recursos escassos: Construir um novo modelo competitivo para a Europa" foi o tema da edição de 2023, para debater a forma de construir um novo modelo competitivo para a Europa.
Como manter a competitividade e o modelo social da Europa num ambiente em rápida mutação? Esta questão esteve no centro do debate no Fórum Económico de Bruxelas, quinta-feira, organizado pela Comissão Europeia.
De acordo com os peritos, a inteligência artificial é um elemento crucial a levar em conta e em alguns domínios podem ultrapassar a capacidade e produtividade dos seres humanos.
O comissário europeu para a Economia, Paolo Gentiloni, defende mais investimento na esfera social para equilibrar as consequências da necessaria transformação digital, com base no que se foi aprendendo nas crises mais recentes.
"Tem de ser compatível. Não creio que tenhamos uma alternativa. O nosso modelo social provou ser bastante eficaz e forte. Passámos por duas crises históricas: aa dimensão sanitária e a dimensão económica da pandemia", disse Paolo Gentiloni.
"Em ambos os aspetos, penso que o nosso modelo social provou ser eficaz. Por isso, é claro que precisamos de uma montanha de investimentos, mas não à custa do nosso modelo social", acrescentou.
Valores e leis para enquadrar o digital
A forma como a Península Ibérica está a lidar com a crise energética, é um possivel exemplo de como a Europa pode vencer esses desafios, disse Nadia Calviño, vice-chefe do governo espanhol e que tem a pasta da Economia e Digitalização.
"Penso que os preços da energia são um elemento-chave da competitividade que devemos ter em conta para garantir que são tão baixos quanto possível, de modo a sermos competitivos a nível mundial", explicou.
"Além disso, no que diz respeito ao processo de digitalização, que é verdadeiramente imparável, temos de garantir que dispomos de um quadro jurídico que enquadre uma abordagem europeia da digitalização, protegendo os nossos valores e direitos europeus. Penso que esta é a melhor forma de garantir que a digitalização é aceitável para as nossas sociedades e que é sustentável a médio e longo prazo", conclui Calviño.
Os especialistas que participaram no Fórum Económico aconselham os governos a investirem mais na educação e na formação profissional para criar novas oportunidades de emprego digno e fomentar a inclusão social.