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Mercados europeus registam recuperação histórica após pausa nas tarifas de Trump

Sala dos mercados da Euronext, em França, 8 de abril de 2025.
Sala dos mercados da Euronext, em França, 8 de abril de 2025. Direitos de autor  AP/Thibault Camus
Direitos de autor AP/Thibault Camus
De Piero Cingari
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Os índices europeus dispararam depois de Trump ter suspendido as tarifas para os países que não retaliaram. Os investidores receberam o anúncio com agrado, com os principais índices do continente a registar o melhor desempenho em vários anos.

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Os mercados europeus fizeram uma recuperação histórica na manhã de quinta-feira, acompanhando o aumento eufórico de Wall Street depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter anunciado inesperadamente uma pausa de 90 dias nas tarifas para países que não retaliaram contra as medidas comerciais dos EUA, excluindo a China.

O Euro Stoxx 50, que acompanha as empresas de primeira linha da zona do euro, chegou a subir 8,2% para quase 5.000 pontos, o ritmo mais forte desde o início da pandemia, em março de 2020. O Euro Stoxx 600, mais amplo, chegou a subir 7,4%, enquanto os índices nacionais em todo o continente registaram ganhos igualmente poderosos.

O DAX da Alemanha subiu 8,5%, o FTSE MIB da Itália subiu 8,4%, o CAC 40 da França avançou 8,6% e o Ibex 35 da Espanha subiu 8,3%, com todos os índices de referência prontos para registar os maiores ganhos num dia em mais de quatro anos.

A recuperação seguiu-se a uma mudança dramática na política comercial dos EUA na quarta-feira, quando o presidente Trump baixou as taxas alfandegárias - mantendo uma taxa universal "recíproca" de 10% para todos os países que não retaliaram e oferecendo uma janela de negociação de três meses. Entretanto, os direitos aduaneiros sobre as importações chinesas foram aumentados para 125%, em resposta às recentes medidas de retaliação de Pequim.

"A situação atual não é apenas caótica, é uma loucura", afirmou Carsten Brzeski, diretor mundial de macroeconomia do ING.

"Embora isto possa trazer algum alívio a curto prazo para os exportadores europeus, o prejuízo para a confiança vai ser duradouro", acrescentou.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considerou a medida "um passo importante para a estabilização da economia mundial", reafirmando o empenho da UE em começar "conversações construtivas com os EUA" com o objetivo mais vasto de "alcançar um comércio sem atritos e mutuamente benéfico".

Gian Marco Salcioli, diretor de estratégia de mercados globais do banco Intesa Sanpaolo, descreveu a medida como um caso exemplar de "brinkmanship", uma estratégia que envolve uma escalada calculada para forçar as partes em conflito a negociar.

Apontou ainda a tensão nos mercados de títulos do Tesouro dos EUA como o principal fator que desencadeou a mudança de tom da Casa Branca.

Segundo Salcioli, a subida das taxas de rendibilidade acendeu um alerta vermelho em Washington, levando a repensar a atual escalada tarifária.

Salcioli também questionou se uma campanha de desdolarização era verdadeiramente compatível com a visão "America First" de Trump, sugerindo que o anúncio de quarta-feira pode ter sido a primeira concessão significativa da administração à pressão dos mercados.

"Os investidores em obrigações são os vigilantes das obrigações na economia. Ou seja, se as autoridades fiscais e monetárias não regularem a economia, os investidores em títulos vão fazê-lo", disse o analista Ed Yardeni.

Entretanto, os analistas do Goldman Sachs baixaram a previsão de recessão nos EUA na quarta-feira, pouco depois da inesperada mudança da política comercial do presidente Trump.

Os ganhos nos preços das ações foram generalizados em todo o continente. No índice Euro Stoxx 50, o Deutsche Bank subiu 13,09%, o Kering ganhou 12,93%, a ASML Holding subiu 12,75%, o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria subiu 12,20%, a Siemens adicionou 12,15%, a Philips aumentou 11,95%, a Airbus ganhou 11,85%, o UniCredit subiu 11,72% e a Adidas avançou 11,68%.

O DAX da Alemanha foi liderado pela Infineon, que subiu 15,20%, seguida pela HeidelbergCement, com um ganho de 14,46%. A Puma subiu 13,45% e a Zalando 12,72%.

Em Itália, a Prysmian registou um salto de 15,40%, o Grupo Iveco subiu 12,89%, a Banca Generali subiu 12,79% e a STMicroelectronics subiu 12,63%.

O CAC 40 de França foi impulsionado pela ArcelorMittal, que subiu 13,56%, seguida da Kering, que subiu 12,93%. A STMicroelectronics registou uma subida de 12,22%, a Publicis 12,18%, a Airbus 10,95% e a Schneider Electric subiu 10,26%.

No Ibex 35 de Espanha, o Bankinter subiu 14,48%, enquanto o Banco Sabadell subiu 11,88%. O CaixaBank subiu 11,29% e o Banco Santander 11,26%.

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