Este ano, três países europeus foram classificados entre os cinco destinos mundiais mais atrativos para os reformados, com base na sua elevada qualidade de vida, eficiência fiscal e segurança.
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O aumento da esperança média de vida e mudanças para o estrangeiro estão a alimentar a chamada "migração para a reforma".
Não tem a certeza de onde passar os seus "anos dourados"? De acordo com o Relatório Global da Reforma 2025, os melhores países para onde se mudar são Portugal, Maurícias e Espanha, seguidos do Uruguai e da Áustria.
Elaborado pela Global Citizen Solutions, o relatório enumera 44 destinos, incluindo apenas os que dispõem de programas oficiais de vistos de reforma.
"A migração internacional para a reforma está a passar de uma escolha de nicho para uma escolha dominante para as pessoas que dão prioridade à qualidade de vida, à segurança, à acessibilidade e à estabilidade", disse Laura Madrid, investigadora principal do estudo, à Euronews Business.
No que diz respeito aos programas de vistos de reforma, mais de 36% de todas as oportunidades estão disponíveis nas Américas e quase 32% na Europa, de acordo com o relatório.
No entanto, o estudo concluiu que estes programas também começaram a aparecer na Ásia e em África.
Os países que oferecem programas de vistos foram classificados numa escala de 100, com base em fatores como a facilidade de relocalização, o custo de vida e os benefícios fiscais para os reformados.
A maior parte dos países incluídos no relatório implementou várias medidas para aumentar o conforto dos seus cidadãos, com mais de 70% deles a oferecerem cuidados de saúde acima da média, padrões ambientais de alto nível, bem como uma classificação elevada em termos de bem-estar.
A maioria, 93%, também oferece vias claras de acesso à cidadania, com metade dos países a permitir que os candidatos adquiram a cidadania em cinco anos ou menos.
Num esforço para atrair indivíduos com elevado património líquido, quase dois terços dos países, 61%, oferecem benefícios fiscais personalizados aos reformados, incluindo a Grécia, Malta e Chipre.
Os custos de aplicação e a segurança são também prioridades em cerca de dois terços destes programas, com os países europeus, incluindo França, Portugal, Espanha e Áustria, a obterem uma pontuação elevada neste domínio.
Quais são os melhores países para se reformar e porquê?
De um modo geral, os países europeus destacam-se na classificação graças à sua elevada qualidade de vida, aos bons cuidados de saúde e às normas ambientais.
Além disso, se tiver um visto de residência para um país Schengen, pode viajar livremente pelos 27 países Schengen para estadias curtas.
Dentro do bloco, a Europa do Sul parece ter ganhado a corrida com os seus regimes fiscais especiais aliados a um estilo de vida mediterrânico.
"Com 32% das opções globais de vistos de reforma, a Europa lidera em termos de cuidados de saúde, segurança e integração, enquanto os centros do sul, como Portugal, Espanha e Grécia, acrescentam climas amenos, custos controláveis e vistos de rendimento passivo favoráveis à reforma", afirma Madrid.
De acordo com o relatório, Portugal está no topo da lista geral dos regimes de vistos de reforma mais favoráveis em todo o mundo.
"Portugal está no topo do nosso Índice Global de Reforma 2025, uma vez que o visto D7 é um dos vistos de rendimento passivo mais procurados na Europa", afirmou Adalberto Pucca, diretor de serviços de mobilidade global da Global Citizen Solutions.
"O seu atrativo resulta de uma combinação de requisitos de entrada acessíveis e de um caminho claro para a residência permanente e cidadania portuguesas", acrescentou.
"Para além do visto em si, Portugal oferece os fundamentos mais importantes para os reformados: um custo de vida significativamente mais baixo em comparação com outros países da Europa Ocidental, excelentes infraestruturas de cuidados de saúde, um planeamento fiscal credível; um clima ameno com fortes resultados ambientais, uma das sociedades mais seguras da Europa e uma qualidade de vida excecional."
Outro país muito bem classificado é a Espanha, considerada o terceiro melhor destino para os reformados, enquanto a Áustria é considerada a quinta melhor opção em todo o mundo.
Os países da Europa Ocidental são frequentemente preferidos pelos seus sistemas de saúde pública de classe mundial, destacando-se países como França, Áustria e Espanha.
Os destinos do outro lado do Atlântico também são considerados boas opções devido à sua eficiência fiscal e ao custo de vida mais baixo para os estrangeiros.
Os destinos latino-americanos - como o Paraguai, o Uruguai e a Argentina - são conhecidos por concederem a residência permanente imediatamente ou após curtos períodos de tempo, ao passo que os países das Caraíbas e da América Central, como o Panamá, Belize, Costa Rica, El Salvador e Nicarágua, proporcionam frequentemente benefícios fiscais imediatos aos reformados e amplas isenções fiscais sobre os rendimentos provenientes do estrangeiro.
Os programas asiáticos, incluindo os da Tailândia, Malásia e Filipinas, oferecem uma mistura de clima quente durante todo o ano e requisitos de rendimento relativamente baixos, juntamente com a facilidade de renovação dos vistos.
Nos destinos africanos, como Maurícias e Cabo Verde, os sistemas fiscais simples e as isenções explícitas sobre as pensões estrangeiras estão associados a um ambiente multicultural.
Muitos países estão ansiosos por acolher reformados internacionais, uma vez que estes indivíduos podem aumentar as despesas de consumo, apesar de os habitantes locais poderem sofrer se o custo de vida for aumentado por expatriados ricos.
Os programas Golden Visa e D7 de Portugal geraram, em conjunto, mais de 7 mil milhões de euros de investimento direto estrangeiro desde a sua criação, grande parte do qual canalizado diretamente para o setor imobiliário.
Em Espanha, programas semelhantes atraíram mais de 4,5 mil milhões de euros entre 2014 e 2023, embora Madrid tenha agora interrompido o seu programa de vistos dourados para investidores imobiliários.