O valor por metro quadrado ultrapassou os 2 000 euros em Portugal, em outubro de 2025. O país regista a maior subida dos preços das habitações, em comparação com os restantes Estados-membros da UE.
O valor por metro quadrado ultrapassou, pela primeira vez, os 2 000 euros em Portugal, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE). A região de Lisboa continua a ser a mais cara do país.
Estes dados referem-se à avaliação de outubro de 2025, mês em que o valor mediano de avaliação bancária na habitação foi de 2 025 euros por metro quadrado, mais 30 euros que o observado no mês precedente.
A variação do valor em relação ao mesmo período do ano passado foi de 17,7%, assim como em setembro. Dado que foram feitas cerca 33,9 mil avaliações bancárias em outubro, é possível concluir que se registou um aumento de 2,8% em relação a setembro e uma diminuição de 2,9% face a outubro de 2024.
A Grande Lisboa é a região que regista o valor por metro quadrado mais elevado (3 058 euros), seguindo-se o Algarve (2 757 euros). A Península de Setúbal apresentou o crescimento homólogo mais expressivo (29,3%), não se tendo verificado qualquer descida. Por outro lado, o Centro teve o valor mais baixo (1 533 euros).
Comparando com o mês anterior, o valor de avaliação subiu 1,6% em outubro, com a Região Autónoma dos Açores a registar o maior aumento (6,2%) e o Alentejo a única descida (-2,3%).
Relativamente à tipologia, os apartamentos T1 subiram 58 euros, para 3 076 euros/m2, tendo os T2 e T3 aumentado 35 euros e 39 euros, respetivamente, para 2 425 euros/m2 e 2 010 euros/m2. Apresentaram, então, um valor mediano de 2345 euros/m², com, mais uma vez, a Grande Lisboa (3058 euros/m²) e o Algarve (2757 euros/m²) a liderarem o ranking dos preços mais elevados. A Península de Setúbal apresentou o crescimento homólogo mais expressivo (29,3%), não se tendo verificado qualquer descida.
Nas moradias, o valor mediano da avaliação bancária foi de 1 472 euros/m2, em outubro de 2025, refletindo uma subida homóloga de 11,8%. Os valores mais elevados observaram-se também na Grande Lisboa (2 711 euros/m2 ) e no Algarve (2 499 euros/m2 ). O Oeste e Vale do Tejo apresentou o maior crescimento homólogo (20,2%), não se tendo registado qualquer descida.
A Grande Lisboa (2711 euros/m²) e o Algarve (2499 euros/m²) mantiveram os valores mais altos, enquanto o Centro (1084 euros/m²) e o Alentejo (1146 euros/m²) registaram os preços mais baixos.
O que é que esta subida significa?
Quando os bancos avaliam um imóvel para decidir quanto podem emprestar num crédito habitação, atribuem um valor por metro quadrado. O facto de este valor médio ter ultrapassado os 2.000 eurospor metro quadrado significa que os bancos reconhecem que o preço das casas está mais elevado do que nunca. Isto pode influenciar o montante dos empréstimos porque, como os preços das casas subiram, os bancos podem emprestar mais dinheiro dentro do limite habitual (geralmente entre 80% a 90% do valor de avaliação).
Estes valores evidenciam uma valorização consistente do mercado habitacional português, bem como a crescente pressão sobre os preços urbanos mais centrais, em regiões periféricas e em regiões turísticas.
Portugal é o país da UE com a maior subida dos peços das casas
Dados do Eurostat mostram que Portugal continua a ser o país onde se regista a maior subida dos preços das habitações na União Europeia. No segundo trimestre de 2025, o valor de venda das casas subiu cerca de 17% face ao período homólogo.
A Portugal seguem-se a Bulgária (15,5%) e a Hungria (15,1%), entre os países que apresentam as maiores subidas de preços das habitações no bloco. A Croácia (13,2%), Espanha (12,8%), Eslováquia (11,3%) e Chéquia (10,5%) também registaram aumentos de dois dígitos.
A Finlândia (-1,3%) foi o único país da UE que registou uma diminuição homóloga dos preços, no segundo trimestre deste ano.
Ainda assim, verifica-se um ligeiro abrandamento em comparação com os primeiros três meses do ano. No primeiro trimestre de 2025, o aumento tinha sido de 16,3%, seguindo-se o Luxemburgo (4,5%) e a Croácia (4,4%).
Os preços das casas mais do que duplicaram (141%) em Portugal entre 2010 e 2025. No entanto, no mesmo período, os maiores aumentos da UE registaram-se na Hungria (277%) e na Estónia (250%).