Berlinale 2016: o drama dos refugiados, preconceitos anti-cigano e a crise do ideal europeu

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Este ano, a Berlinale deu o prémio máximo a uma longa-metragem sobre o drama dos refugiados. O Urso de Ouro para melhor curta-metragem foi atribuído

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Este ano, a Berlinale deu o prémio máximo a uma longa-metragem sobre o drama dos refugiados. O Urso de Ouro para melhor curta-metragem foi atribuído ao filme da realizadora portuguesa Leonor Teles. “A balada de um batráquio” retrata, de forma original, os preconceitos sobre os ciganos.

O júri presidido pela atriz norte-americana Meryl Streep entregou o galardão a Gianfranco Rosi pelo filme documental “Fuocoammare”. O documentário retrata a vida dos refugiados na ilha italiana de Lampedusa. Em entrevista à euronews, o realizador italiano disse que não quis adotar uma abordagem moral: “Não queria transmitir uma mensagem. Queria dar um testemunho. É muito raro um documentário ser premiado num festival e receber um prémio como este”.

Prémio do Júri

O realizador bósnio Danis Tanović recebeu o grande prémio do júri pelo filme “Morte em Sarajevo”. A longa-metragem inspirada numa peça de teatro de Bernard-Henri Levy é descrita como um grito de alarme sobre a crise do projeto europeu. O filme recebeu também o prémio da crítica (prémio FIPRESCI).

“É um monodrama de uma hora e meia. É difícil fazer um filme sobre este tema, mesmo quando temos atores fantásticos como Jaques Weber, que tinha protagonizado uma peça maravilhosa. Mas, claro, tratava-se de teatro. Foi preciso um certo tempo para encontrar a forma certa para contar a história”, contou Danis Tanović.

Melhor Realização

O Urso de Prata para melhor realização foi entregue à realizadora francesa Mia Hansen-Løve pelo filme “L’avenir”.
A obra gira em torno de uma professora de filosofia à beira do divórcio, em pleno questionamento pessoal. Isabelle Huppert incarna o papel principal. A realizadora premiada confessa que foi interessante trabalhar com a célebre atriz francesa.

“Pode ser intimidante, mas, entramos rapidamente numa relação humana e esquecemos quem ela é, ou melhor, não esquecemos, mas, eu confiava muito nela, e acho que era recíproco. A nossa relação foi muito fluida”, considerou Mia Hansen-Løve.

Prémio de Interpretação Feminina

A atriz dinamarquesa Trine Dyholm venceu o galardão para melhor atriz pelo desempenho em “The Commune” de Thomas Vinterberg. O filme desenrola-se nos anos 70. Um casal decide criar uma forma de vida em comunidade, mas, o projeto de partilha não é tão fácil como parece à primeira vista.

“A minha personagem derrapa, mas, o conceito básico da partilha é valorizado no filme. Penso que essa era a mensagem do realizador. Ele quis transmitir a ideia de que é preciso partilhar mais. Não se trata de partilhar maridos e mulheres, isso pode ser difícil, mas, temos de tomar conta uns dos outros e promover a partilha”, afirmou Trine Dyholm.

Prémio de Interpretação Masculina

O ator tunisino Majd Mastoura recebeu o Urso de Prata para melhor interpretação masculina pelo papel em “Inhebbek Hedi”. O filme de Mohamed Ben Attia passa-se no início da chamada Primavera Árabe, na Tunísia, e descreve um triângulo amoroso numa sociedade onde existem casamentos arranjados.

“O grande desafio enquanto ator foi corporal. Eu costumo fazer muitos movimentos e gasto energia, mas, a personagem que interpretei era minimalista, mesmo do ponto de vista energético. Por isso, foi difícil para mim”, contou Maid Mastoura.

Prémio do Público

O prémio do público da Berlinale foi para “Junction 48” uma longa-metragem do realizador americano-israelita Udi Aloni que reúne músicos palestinianos e israelitas.

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