Todos os anos, é na Operalia que nascem as futuras estrelas da ópera.
Todos os anos, é na Operalia que nascem as futuras estrelas da ópera. Pela primeira vez, o concurso de canto lírico criado por Plácido Domingo decorreu em Guadalajara, no México. O Musica foi ao encontro dos premiados nesta edição de 2016.
A cidade de Guadalajara, no México, acolheu uma edição da Operalia feita de excelência. Quarenta jovens cantores chegaram à reta final desta prestigiada competição de canto lírico fundada pelo mítico tenor espanhol.
“O próprio Plácido Domingo veio dizer aos elementos do júri que nunca viu nada assim em todos estes anos de Operalia, tantos cantores tão talentosos. Acabámos por escolher 12 finalistas, quando oficialmente deviam ser 10. Mas temos tantas vozes fabulosas que tivemos de acrescentar mais dois lugares”, conta-nos Marco Parisotto, o diretor musical do Teatro Degollado, o palco deste evento.
— Placido Domingo (@PlacidoDomingo) 26 de julho de 2016
O carisma e a simpatia do tenor sul-coreano Keon-Woo Kim conquistaram o júri e o público. O cantor viria a revelar-nos que “no início, foi difícil gerir as emoções. Estava cheio de medo…”
Na categoria feminina, foi a soprano franco-dinamarquesa Elsa Dreisig quem se destacou. “Estávamos todos na expetativa de ver quem ia ganhar. Trabalhámos muito, é um prazer imenso”, disse-nos Dreisig.
Segundo Plácido Domingo, ambos se destacaram “logo na primeira seleção. Depois foram muito bons nas meias-finais também e hoje… Às vezes, não é assim. Às vezes, há surpresas, há alguém que surge do nada e ganha. Neste caso, não, eles foram muito regulares.”
Foi a primeira vez que a Operalia teve lugar em Guadalajara. Para Domingo, é um regresso às origens: foi aqui que a sua carreira começou. “Há exatamente 50 anos, eu estava neste preciso Teatro Degollado a celebrar o seu centenário. Por isso, é uma sensação fabulosa vir aqui todo este tempo depois e estando eu ainda em atividade. É maravilhoso…”, afirma.
Sendo que Operalia é sinónimo de portas abertas para uma carreira internacional, há sonhos que podem finalmente tornar-se realidade. Para Keon-Woo Kim, é o papel “de Romeu, no ‘Romeu e Julieta’ de Gounod.” Já Elsa Dreisig declara querer simplesmente “subir ao palco.”
———————————————————-
Palmarés Operalia 2016
Primeiro Prémio: Keon-Woo Kim, Coreia do Sul / Elsa Dreisig, França-Dinamarca
Segundo Prémio: Bogdan Volkov, Rússia / Marina Costa-Jackson, Itália-EUA
Terceiro Prémio: Rame Lahaj, Kosovo / Olga Kulchynska, Ucrânia
Prémio Birgit Nilsson: Brenton Ryan, EUA
Prémio Pepita Embil Domingo (Zarzuela): Marina Costa-Jackson, soprano, Itália-EUA
Prémio Don Plácido Domingo Sr. (Zarzuela): Juan Carlos Heredia, barítono, México / Nicholas Brownlee, baixo-barítono, EUA
Prémio do Público: Keon-Woo Kim, tenor, Coreia do Sul / Elena Stikhina, soprano, Rússia
Prémio Culturarte: Elena Stikhina, soprano, Rússia