Num ano cultural dedicado a Shakespeare, o Festival de Salzburgo apresentou o Romeu e Julieta dos tempos modernos: falamos de “West Side Story”, interpretado pela consagrada Cecilia Bartoli e musicado
Num ano cultural dedicado a Shakespeare, o Festival de Salzburgo apresentou o Romeu e Julieta dos tempos modernos: falamos de “West Side Story”, interpretado pela consagrada Cecilia Bartoli e musicado pela vibrante orquestra Simón Bolívar, de Gustavo Dudamel.
Não é todos os dias que um musical toma conta de Salzburgo, mas afinal de contas este não é um musical qualquer. O “West Side Story” fez honras de abertura do festival, pela mão da diretora artística do evento, Cecilia Bartoli. A revisitação deste Romeu e Julieta dos tempos modernos, composto por Leonard Bernstein, foi sublimada nesta edição dedicada a Shakespeare.
Ainda mais porque a orquestra chamava-se Simón Bolívar, dirigida como sempre pelo carismático Gustavo Dudamel. “É uma música cheia de ritmos. Costumamos dizer que tem um sabor latino, tem todos os condimentos rítmicos, melódicos, americanos. É uma mistura fantástica de ingredientes, uma receita perfeita para esta orquestra. A música de Bernstein está no nosso sangue”, afirma o maestro, que salienta ainda ser “uma honra” trabalhar com Cecilia Bartoli, alguém com “uma generosidade infinita”.
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Nesta versão, Bartoli desempenha uma Maria já adulta que recorda os seus tempos de jovem, incarnada por outra cantora. “Dudamel é um artista extraordinário, apaixonado. Para ele, é absolutamente necessário dirigir uma orquestra, é algo que se vê em cada movimento que faz, no seu olhar. É a sua vida! Ou seja, é uma grande oportunidade poder partilhar com ele esta experiência musical”, rebate a cantora lírica.
Bartoli realça que o papel de Maria sempre a fascinou: “Ela é espirituosa, ingénua, mas também apaixonada. É uma mulher latina, como eu, com o meu temperamento italiano de Roma.”
O encenador é somente um dos nomes mais requisitados da Broadway. Segundo Phil McKinley, “esta obra fala-nos de preconceitos, de intolerância, evocando todo o contexto atual que vivemos com a crise dos refugiados. Na altura, tínhamos os porto-riquenhos que chegavam a Nova Iorque e que não eram bem-recebidos pelos que já lá estavam. É a mesma problemática, tem hoje o mesmo impacto que naquela época. Continua a ser atual 59 anos depois.”
Este “West Side Story” vai ser também apresentado nos seguintes dias de agosto: 20, 21, 23, 25, 27 e 29.
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