"Esculturas à Beira Mar" chama meio milhão à praia de Bondi

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De  Francisco Marques
"Esculturas à Beira Mar" chama meio milhão à praia de Bondi

A exposição “Esculturas à beira mar” está a celebrar os 20 anos de existência. Localizada nas areias da praia de Bondi, em Sydney, na Austrália, é descrita como a maior exposição a céu aberto do mundo.

A ideia surgiu em 1995. Na altura a viver em Praga, na Republica Checa, David Handley visitou uma exposição de rua em Klatovy, no sudoeste do país, e inspirou-se para criar um projeto similar em Sydney. Concretizou-o dois anos depois.

“Quando comecei a esculpir junto ao mar, a ideia era criar um grande evento gratuito ao qual as pessoas de Sydney pudessem reagir, como têm feito, onde artistas de todo o mundo quisessem expor e que projetasse a Austrália em termos internacionais”, explica-nos David Handley.

Este ano, a melhor obra na exposição “Esculturas à Beira Mar” foi assinada pelo australiano Johannes Pannekoek. Após uma viagem de mais de quatro mil quilómetros numa carrinha desde Nullarbor até Sydney, a peça “Change Ahead” (“Mudança adiante”) ganhou o prémio “Aqualand Sculpture”.

O autor recebeu um cheque de 60 mil dólares australianos (um pouco mais de 40 mil euros) para continuar a criar e cedeu a obra ao município de Sydney. A peça, nas palavars do próprio Johannes Pannekoek, “é como um rio, muda de curso”. “Eu mudei a minha carreira em diversas ocasiões e nós esperamos sempre aprender com uma experiência para embarcar na próxima”, acrescentou o vencedor do “Aqualand Sculpture.”

O que em 1997 começou com um orçamento reduzido e atraiu cerca de 20 mil espetadores, tornou-se hoje em dia num dos grandes eventos culturais da Austrália, com um forte apoio sobretudo de patronos privados.

Este ano, mais de uma centena de esculturas assinadas por artistas oriundos de 17 países estão em exposição. O mar, entretanto, fez das suas e numa maré alta destruiu pelo menos três das obras expostas e danificou outras.

Os organizadores conseguiram recuperar parte das esculturas afetadas e estima-se que, até seis de novembro, cerca meio milhão de pessoas visitem estas “esculturas à beira mar” expostas.