Oliver Stone reconhe "alguns problemas" do cinema no Irão

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Realizador americano esteve no Festival Internacional de Teerão e falou à Euronews

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O Festival Internacional de Cinema de Teerão deu este ano um importante passo para se afirmar como um dos mais importantes eventos do género no Médio Oriente.

A liberdade de expressão é ainda um tema sensível no Irão, onde as longas-metragens e os documentários têm de ser escrutinados pelas autoridades.

Perguntámos ao realizador do Camboja, Rithy Panh, qual a importância de ser dada aos cineastas iranianos a liberdade para trabalharem sobre a realidade e a história do país.

"O trabalho sobre as memórias é necessário. No meu caso, o Camboja representava logo à partida um grande e vasto território de memória que podia ser trabalhada. Deixo aos iranianos a reflexão sobre a sua própria história", defendeu-se Rithy Panh, ao microfone da Euronews em Teerão.

Entre os ilustres convidados deste ano em Teerão, destacou-se Oliver Stone. O o realizador americano dispensou alguns momentos à reportagem da Euronews para nos falar sobre o iraniano Jafar Panahi, que terá sido proibido de se deslocar a Cannes, onde o realizador viu selecionado para a competição internacional o seu último filme, "Three Faces."

Oliver Stone reconhece que "o Irão tem alguns problemas" no cinema.

"Panahi pelo menos pôde fazer o filme e o resultado está em Cannes. Podem não deixa-lo viajar, mas ele fez o filme e isso é o mais importante. Talvez até seja melhor para ele estar proibido de viajar, percebe o que o digo?", ironizou o realizador americano, deixando nas entrelinhas que a publicidade gerada pela controvérsia até pode vir a beneficiar a película.

Oliver Stone entregou o prémio de Carreira do Festival de Cinema de Teerão a Rithy Panh.O cineasta do Camboja foi distinguido pela longa carreira na sétima arte e pelo foco nas questões humanitárias.

O prémio parece ser um sinal para as próprias autoridades iranianas porque Rithy Panh tem trabalhado a história do Camboja de uma forma que os cineastas iranianos ainda não podem.

O filme iraniano "Hattrick", de Ramtin Lavafipouri, valeu a Mahoor Alvan o prémio de melhor atriz, pelo papel de uma mulher mais velha que a própria atriz.

"Tivemos diferentes ensaios com o realizador a ler o argumento e a falar dele. Falámos sobre todos os detalhes, o passado da mulher, o futuro dela. Penso que a história elaborada para a minha personagem ajudou-me bastante a encarnar o papel", referiu Mahoor Alvan.

O melhor ator foi Leon Lučev, pelo papel no filme "The Miner". O ator croata não esteve em Teerão, delegando na realizadora Hanna Slack a receção do prémio.

"The Miner" é uma produção eslovena e croata sobre um homem que encontra numa mina milhares de cadáveres de pessoas executadas na II Guerra Mundial, mas a quem o patrão pede silêncio sobre a macabra descoberta.

O prémio de melhor filme foi para "Ága", de Milko Lazarov, uma coprodução búlgara, alemã e francesa sobre um casal inuíte muito agarrado às tradições dos esquimós.

É um drama melancólico, acentuado pelo frio do hemisfério norte com uma câmara fixa filmando as rotinas do casal num ambiente gélido.

"Adoro este tipo de histórias sobre o norte desde criança. Talvez esteja relacionado. Adoro filmar aquele tipo de silêncio. Fazer por exemplo filmes lento. Um local perfeito para filmar, para mim, é a Sibéria", destacou o realizador búlgaro Milko Lazarov, em declarações à Euronews

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