Todos os anos, em setembro, França celebra o cinema americano no Festival de Cinema de Deauville. Nesta 44ª edição, Morgan Freeman foi o convidado especial.
Todos os anos, em setembro, França celebra o cinema americano no Festival de Cinema de Deauville, a cidade turística na costa da Normandia. Nesta 44ª edição, Morgan Freeman foi o convidado especial e foi homenageado numa cerimónia que assinalou a sua longa e diversificada carreira.
Para marcar o momento, o ator inaugurou sua própria barraca de praia pessoal - a versão francesa do passeio da fama de Hollywood. Aos 81 anos deixa alguns conselhos: "Há sempre a tentativa de nos colocarem um rótulo porque é nisso que somos bons.. Ou porque nos viram a fazer determinada coisa. E querem que façamos mais do mesmo. Há que dizer: "não, obrigado". Que já o fizemos e que precisamos de algo diferente e depois há que provar que conseguimos fazer algo diferente."
O filme independente "Thunder Road" foi um dos destaques do festival. Jim Cummings escreveu, realizou e protagonizou o filme e recebeu o Grande Prémio de Deauville pelo seu trabalho."Creio que o futuro do cinema passa por pessoas como eu. A tecnologia existe e é possível fazer um filme com os amigos no quintal. E, se nos concentrar-mos nas coisas certas; no desempenho; na narrativa e na arte, o cinema é democrático - qualquer pessoa pode fazer cinema, neste momento", disse Jim Cummings.
A presidente do júri, a atriz francesa Sandrine Kiberlain, não teve dúvidas sobre a decisão. "Testemunhar o nascimento de um artista como este, com tal liberdade, com tal narrativa, porque ele defende palavras muito fortes, com tal humor, é fora do normal. Ele defende o filme do início ao fim e transporta-nos para dentro dele. É realmente digno de Nanni Moretti, Woody Allen... até mencionámos Charlot durante a nossa tomada de decisão".
"We the animals" ganhou o Prémio Revelação da Fundação Louis Roederer. Justin Torres, o autor do livro no qual o filme se baseia, também esteve envolvido durante todas as etapas do filme: "é um filme muito lírico, muito poético, em episódios e muito parecido com o livro... é agitado e fragmentado e fora do normal, na minha opinião."
"Operation Finale" teve honras de encerramento. Para se preparar para o papel no filme, Ben Kingsley encontrou-se com sobreviventes do Holocausto. "A informação sobre aqueles anos terríveis de extermínio, entre 1933 e 1945, foi-me dada não num sentido ideológico distorcido, mas sim pelas próprias bocas e corações das vítimas. Que passei a amar e a respeitar enormemente", concluiu o ator.