Do metro para a orquestra - Migrantes venezuelanos sobem a palco argentino

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De  Ana Serapicos
Do metro para a orquestra - Migrantes venezuelanos sobem a palco argentino

Quem passa pela estação de metro de Jujuy, em Buenos Aires, não perde de vista - nem do ouvido - Fedoski Suárez. Violista e migrante da Venezuela, faz o que pode para ganhar a vida num país que ainda está a conhecer.

Suárez fugiu para a Argentina à procura de um futuro melhor, tal como milhares de pessoas nos últimos meses, devido ao colapso económico que o país tem vivido.

De dia, Suárez toca no metro, mas, à noite, a aventura é outra.

O venezuelano foi um dos muitos migrantes que integraram a Orquestra Latin Vox Machine, em Buenos Aires. A ideia foi do próprio diretor executivo, Omar Zambrano. "Aqui, deixas de ser tu e começas a ser um grupo de pessoas com a mesma missão: Fazer música e arte para transformar vidas.", admitiu o responsável.

Como Suárez há mais jovens músicos a subir ao palco com a orquestra argentina. Ao mudarem de país, decidiram não guardar na bagagem os sonhos que traziam.

Verónica Rodriguez, violoncelista de 22 anos, planeava ir para Paris estudar música. Os planos não correram como queria e viu-se obrigada, em 2017, a fugir para a Argentina, devido à situação económica do país que a viu nascer. Agora, vê-se a subir ao palco com uma das orquestras mais famosas mundialmente. 

"Esta orquestra é especial, porque quando tocamos juntos, é como se estivessemos novamente na Venezuela.", confessou a jovem. 

Apesar da língua ser a mesma, as histórias, essas, são contadas através de uma outra forma: a música. No fim do espetáculo, Suárez, Verónica e o resto da orquestra. foram aplaudidos de pé.