A explosão do desejo na Flauta Mágica de Mozart em Viena

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A última ópera de Mozart, estreada em 1791, celebra a filosofia do iluminismo através de várias histórias de amor, de encontro e desencontro.

A "Flauta Mágica" regressa à Ópera Estatal de Viena no período natalício.

A última ópera de Mozart, estreada em 1791, celebra a filosofia do iluminismo através de várias histórias de amor, de encontro e desencontro.

"Há algo muito ternurento nesta ópera sobre a passagem uma etapa à outra, na vida. Quer seja, Papageno, Tamino, ou Pamina, todos os papéis nos ensinam algo. Há aspetos brutais na Flauta Mágica. O racismo e o sexismo estão muito presentes. Em todas as óperas de Mozart, há problemas e, no final, há um momento de perdão, de união das pessoas. No fundo, a 'Flauta Mágica' é intemporal e vai continuar a sê-lo daqui a cem ou duzentos anos", sublinhou o tenor francês Benjamin Bernheim, que desempenha o papel do príncipe Tamino.

"Tamino tem uma ária com um significado particular, hoje, na época das redes sociais. Há um momento em que três senhoras lhe dão uma fotografia e ele apaixona-se de imediato. Temos a impressão de estar no Instagram ou no Facebook", acrescentou Benjamin Bernheim.

"Uma explosão do desejo"

"Sentimos que há um explosão, uma explosão do desejo sexual, sensual, o desejo de encontrar a pessoa amada falar com ela, relacionar-se com ela. De repente, tudo muda, para ele. Para mim, é a passagem à idade adulta, às responsabilidades. Quero algo, quero fazer algo e avanço nessa direção", relatou o cantor francês.

A soprano moldava Valentina Naforniţa veste a pele de Pamina.

"Ela sente-se quase perdida, quer ser boa para a sua mãe, quer ser boa para Sarastro, quer agradar a toda a gente, quer agradar a Tamino, e no, final, quase perde o verdadeiro amor. Ela não sabe o que fazer, e quer matar-se mas antes disso, canta uma ária linda, angélica e comovente", resumiu a soprano moldava.

A ópera é dirigida pelo maestro húngaro Adam Fischer, grande admirador da obra de Mozart.

"A flauta mágica tem um terço das notas das 'Bodas de Fígaro' e de 'Don Giovanni'. Depois de 'Don Giovanni', a melhor ópera jamais concebida, não há nada de novo. Mozart começou a compor num estilo novo, tinh menos necessidade de expressar os seus sentimentos. Que outros milagres Mozart poderia ter composto, se tivesse vivido mais três ou quatro meses?" rematou o maestro húngaro.

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