Berlinale arranca sob o olhar das mulheres e com muitos portugueses

O Festival Internacional de Cinema de Berlim, mais conhecido por Berlinale', arranca esta quinta-feira em Berlim sob o signo das mulheres e com uma significativa presença portuguesa.
No exterior dão-se os últimos retoques para o início do certame, que assinala este ano a 69ª edição da história e acolhe quase 400 obras pelas mais diversas secções do festival.
A programação desta Berlinale é um reflexo dos atuais tempos de afirmação das mulheres no cinema, com a atriz francesa Juliette Binoche a presidir ao júri e um número recorde de realizadoras a concurso.
"Berlim parece ter feito um verdadeiro esforço para colocar muitas mulheres na competição. Sete dos 17 filmes, ou seja, 41%, são dirigidos por mulheres. Não é ainda 50%, mas é muito melhor do que qualquer um dos outros grandes festivais de cinema. Por exemplo, o último festival de Veneza só tinha uma realizadora entre os 17 ou 18 filmes", afirmou o jornalista Scott Roxborough, responsável pelo cinema europeu para o Hollywood Reporter.
Depois da gala de abertura, o filme "A bondade dos estranhos", da cineasta dinamarquesa Lone Scherfig, terá honras de inaugurar o evento.
A Berlinale volta também a contar com uma forte presença portuguesa. Rita Azevedo Gomes, Susana de Sousa Dias e Carlos Conceição apresentam os últimos projetos na secção paralela não competitiva, enquanto Jorge Jácome leva a concurso a curta-metragem "Past Perfect".
Nos últimos dias, alguns fãs dormiram junto às portas do festival, na expectativa de garantir um bilhete. E nem o frio ou a espera arreferam o entusiasmo.
A edição deste ano marca ainda a despedida de Dieter Kosslick, que abandona a direção do certame ao fim de 18 anos e será posteriormente substituído pelo jornalista italiano Carlo Chatrian, até aqui responsável pela direção do festival de Locarno.
A Berlinale decorre em Berlim até 17 de fevereiro.