Em França, como em muitos países europeus, os teatros estão fechados. No entanto, as artes performativas e os artistas de circo puderam encontrar-se durante alguns dias em Marselha para a BIAC - Bienal Internacional das Artes do Circo -, o maior evento mundial dedicado ao circo em todas as suas formas
Em 2019 mais de 110.000 pessoas assistiram à última edição, onde os artistas puderem mostrar os seus espetáculos a profissionais, gestores de locais ou gestores de festivais. Em plena pandemia, esta foi a única atividade que os artistas puderam desenvolver mas, desta vez, sem público.
Raquel Rache de Andrade, codiretora da Bienal conta como chegaram até aqui: "Começámos com um plano A, depois pensámos num plano B, depois num plano C, depois num plano D e, finalmente, decidimos fazer o plano E, que era uma Bienal para profissionais. Isso era possível, tínhamos o direito de o fazer".
Foi a oportunidade de os artistas viverem um tempo sem máscaras, mesmo que o público não esteja presente. O importante para eles é tocar e representar.
Já passou quase um ano desde que as digressões e atuações foram canceladas. Para aqueles cujo entretenimento e cultura são um meio de sobrevivência, o último ano tem sido difícil, como afirma o dançarino e coreógrafo Yoann Bourgeois: "É claro que a gestão desta crise teve um impacto extremamente violento nos poetas, artistas e nas pessoas que dedicam as suas vidas à cultura em geral. É uma grande violência, que define o que é essencial ou não essencial. "
Como ninguém sabe quando as artes performativas vão poder ser retomadas, em vez de se deter na paisagem sombria dos artistas, a BIAC está a tentar mostrar que a cultura é essencial, especialmente nestes tempos.