Público voltou a dançar ao vivo num concerto em Portugal

Portugal realizou ontem o primeiro concerto-teste com público ao vivo. Aconteceu em Braga e juntou 400 pessoas para ver de pé e dançar ao som de Pedro Abrunhosa.
Foi o segundo teste ao regresso dos espetáculos ao vivo depois de uma atuação do humorista Fernando Rocha, na mesma cidade e igualmente perante 400 pessoas, mas numa plateia com cadeiras.
Com os espetáculos culturais de novo autorizados já este fim de semana até 22h30. Os "grandes eventos exteriores e interiores" estão previstos para 19 de maio, mas ainda dependentes de autorização da Direção-geral de Saúde (DGS).
Um terceiro teste, de novo um concerto de música, mas agora com quatro bandas de rock, está previsto para 8 de maio, em Coimbra.
Será o primeiro com 1.000 pessoas, que irão ficar de pé, e tem no cartaz os Anaquim, os Twist Connection, os Birds Are Indie e Portuguese Pedro.
O objetivo destes concertos-teste, coorganizados com a Associação de Promotores de Espetáculos e Eventos (APEFE), a Associação Portuguesa de Festivais de Música (APORFEST) e a Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE), é "obter os estudos clínicos pelas autoridades de saúde que permitam o aumento das lotações de salas de espetáculos e a viabilidade de grandes eventos, como os festivais ou festas da cidade", lê-se na nota da Câmara Muncipal de Coimbra, outro dos coorganizadores.
Os bilhetes para o terceiro evento-teste têm o preço de €2 e inclui um teste ao SARS-CoV-2, que é obrigatório e agendado no momento da compra do bilhete, para ser feito no dia do espetáculo pela Cruz Vermelha Potuguesa, também envolvida na organização destes eventos.
França ainda sem espetáculos ao vivo
Com muitos outros países também já a realizarem espetáculos de teste para voltarem a ter público ao vivo, em França, onde o SARS-CoV-2 continua muito ativo (mais 24 mil novas infeções e 271 mortes esta sexta-feira) é emitido esta noite gratuitamente um concerto da orquestra de Paris através do portal de Internet do Museu d'Orsay.
Durante a semana, os músicos atuaram no espaço do museu como se estivessem num concerto ao vivo e registaram a atuação para a oferecerem sobretudo ao público francês, que continua privado de espetáculos culturais devido à Covid-19, pelo menos até 19 de maio, dia em que o Presidente Emmanuel Macron conta autorizar a reabertura das salas de espetáculo ao público se a epidemia permitir.
"A ideia é a de podermos entreter uma plateia virtual e deixa-la desfrutar deste concerto que já estava agendado. Ao mesmo tempo, o público poderá ver mais em detalhe algumas coisas a que não teria acesso de outra forma, isto é, os quadros, as esculturas, tudo aquilo que podemos mostrar além do que a orquestra oferece", explicou Sandra Bernhard, a programadora musical do Museu d'Orsay, em Paris.
Por entre estátuas de Rodin ou quadros de Courbet e contando também com a atuação da soprano francesa Sabine Devieilhe, a Orquestra de Paris atuou sob a liderança do maestro espanhol Pablo Heras-Casado, interpretando variações com base na obra de Maurice Ravel.
O concerto da Orquestra de Paris é emitido este sábado à noite, a partir das 20h30 (19h30, em Lisboa), e depois reemitido pelo canal Mezzo Live HD às 23 horas (22h em Lisboa).