A projeção do filme "The Earth is blue as an orange" foi um dos pontos altos.
O Festival Internacional de Cinema e Fórum sobre Direitos Humanos (FIFDH) reúne em Genebra, desde há 20 anos, vários artistas, ativistas, testemunhas e jornalistas que denunciam violações dos direitos humanos em todo o mundo.
Madrinha do festival desde o início, a grande cantora lírica Barbara Hendricks, embaixadora da boa-vontade do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, cantou o hino do Movimento dos Direitos Civis nos Estados Unidos, "We Shall Overcome", para a abertura do festival.
Na conversa com a Euronews, não deixou de fazer referência ao problema na mente de todos: a Ucrânia: "É uma só causa, somos todos um só povo. Os Direitos Humanos são para todos e para serem sempre aplicados. Portanto, há manifestações diferentes, mas há só uma causa. Somos todos membros da mesma família, a humanidade. Para que também nos possamos levantar e resistir ao que se passa na Ucrânia".
O público pode assistir a uma grande variedade de projeções e fóruns organizados durante a semana. Para Christine Ockrent, jornalista e escritora belga, é um acontecimento imperdível.
"Nas convulsões do mundo, é essencial que haja um lugar, uma espécie de centro onde todos se possam encontrar, e é óbvio que a situação internacional neste momento é tal que aqui, nas margens do Lago de Genebra - rodeados por oligarcas russos que possuem grandes propriedades na Suíça -, nos sentimos particularmente preocupados", conta.
Ucrânia presente
Uma noite inteira foi dedicada à Ucrânia, com convidados russos, ucranianos e de vários países europeus, e com a projeção do filme The Earth is Blue as an Orange, filmado no Donbass, e que mostra como a guerra tinha realmente começado há muito tempo na Ucrânia Oriental. Com este filme, Iryna Tsilyk ganhou o Prémio de Melhor Documentário em Sundance.
O realizador franco-cambodjano Rithy Panh, recentemente premiado em Berlim, é o presidente do júri de documentários.
"Penso que qualquer filme é político. Se não for político, é um pouco fraco para o meu gosto. Gosto muito de documentários, há sempre um questionamento sobre democracia, sobre liberdade, sobre sofrimento. Temos de nos sentar e discutir, uns com os outros, a questão da dignidade", diz.
Todos os debates e muitos filmes podem ser vistos em replay e VOD no site do festival. O FIFDH decorre em Genebra até sábado 13 de março.