Para a Bienal de Veneza, o Uzbequistão criou uma plataforma, que é um ponto de partida para conversas, troca de conhecimentos e aprendizagens.
Pela primeira vez, o Uzbequistão apresenta-se na Bienal de Veneza com um pavilhão próprio.
Em vez de uma exposição clássica, o país criou uma plataforma que funciona como um ponto de partida para conversas, troca de conhecimentos e aprendizagens.
"É um grande prazer ver que o Pavilhão Nacional do Uzbequistão facilita o intercâmbio criativo entre artistas e músicos, tanto do Uzbequistão como do estrangeiro. A Bienal é uma oportunidade, para todos nós, de nos reunirmos e cooperarmos. Os líderes da República do Uzbequistão têm o prazer de promover este espírito de colaboração", afirmou Saida Mirziyova, vice-Presidente do Conselho da Fundação para o Desenvolvimento da Arte e da Cultura da República do Uzbequistão (ACDF).
A edição 2022 da Bienal de Veneza intitula-se "O Leite dos Sonhos" e conta com oitenta países participantes.
Uma componente pedagógica
Os responsáveis pelo pavilhão uzbeque valorizam a componente pedagógica. "O programa educacional é a essência do nosso pavilhão. Vamos convidar curadores, artistas e historiadores para trabalhar com os artistas uzbeques e criar uma atmosfera vibrante de envolvimento, de apoio mútuo de modo a construir um lugar de conhecimento onde todos podemos aprender uns com os outros. É como um lugar meditativo onde cada um sente que pode naturalmente expor os seus conhecimentos, para aprender e retribuir", explicou Gayane Umerova, diretora executiva da Fundação de Desenvolvimento da Arte e da Cultura da República do Uzbequistão (ACDF).
Homenagem ao matemático al-Khwarizmi
No pavilhão uzbeque, a secção intitulada "O jardim do conhecimento" segue a antiga tradição islâmica do jardim como local de encontro e troca. Um património cultural e científico que tem desempenhado um papel importante no trabalho do curador Josef Grima.
"O Pavilhão do Uzbequistão é uma reflexão sobre o trabalho de um importante polimaturgo e cientista matemático do século IX chamado al-Khwarizmi. Ele deixou um legado extremamente impressionante, incluindo no campo da ciência da computação. A palavra algoritmo é uma referência ao Uzbequistão, no sentido em que vem do algoritmo do nome latino de al-Khwarizmi, que era da região Khwārezm do Uzbequistão. E esta ideia de que, de facto, as coisas que tomamos como certas têm muito mais camadas de significado e muitas ligações com outras culturas e outros sítios é algo profundamente fascinante", sublinhou Josef Grima.
Foi também através dos algoritmos que os instrumentos do compositor Charli Tapp e do músico uzbeque Abror Zufarov comunicaram durante um espetáculo na Bienal de Veneza. Um concerto algorítmico infinito que será enriquecido pelo trabalho de outros músicos convidados a tocar durante os próximos meses na Bienal de Veneza.