"A ciência cidadã é uma ferramenta muito eficaz", disse à euronews Alan Deidun, embaixador do Oceano de Malta.
A euronews falou com Alan Deidun, embaixador do Oceano de Malta e membro da Missão Starfish, uma iniciativa lançada pela Comissão Europeia que visa proteger os oceanos.
A missão tem vários objetivos concretos: restaurar mares e águas interiores até 2030, sensibilizar o público para a importância dos oceanos, acabar com a poluição marinha, descarbonizar as águas da Europa e renovar a governação dos mares.
"Esquecemos que cada segundo que se respira vem do oceano. Mais de 50% do oxigénio que respiramos vem do oceano. Há um facto importante a ter em mente. O oceano está a absorver o dióxido de carbono e outros gases com efeito de estufa que estamos a produzir através da queima de combustíveis fósseis.Se não fosse o oceano, as alterações climáticas seriam muito piores porque as concentrações de CO2 na atmosfera seriam mais elevadas", sublinhou Alan Deidun.
A eficácia e popularidade da ciência cidadã
"Quando as sensibilizamos para estes temas, as pessoas tornam-se cidadãos alfabetizadas ao nível dos oceanos. Começam a mudar a maneira de ver as coisas, o comportamento e o modo de vida. E tentam incarnar a mudança. Aqui em Malta, descobri que a ciência cidadã é uma ferramenta muito eficaz. Colocar questões, formar, envolver-se com as partes interessadas, pessoas que utilizam barcos, mergulhadores, pessoas que frequentam a praia, qualquer pessoa pode ser uma parte interessada e ajudar a recolher dados científicos sobre o mar. Nós recebemos dados científicos, e, em troca as pessoas adquirem uma maior consciência da importância do mar. As pessoas recebem uma educação informal. Ficaria surpreendido com a popularidade das campanhas científicas dos cidadãos. Conseguem inspirar as pessoas. Hoje em dia, muitas instituições europeias olham para a ciência cidadã como uma forma de colmatar o chamado défice emocional. Na Missão Starfish, identificámos os défices emocionais como um dos maiores obstáculos, ou seja, as pessoas ainda se sentem muito desligadas em relação aos oceano", acrescentou o responsável.