Portugal entra este domingo em situação de alerta, decretada pelo Governo, devido à previsão de temperaturas elevadas e risco de incêndio. Fogos florestais continuam sem dar tréguas e há mais de 1000 operacionais no terreno.
Cinco distritos no norte do país vão estar em alerta vermelho na segunda e terça-feira, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o mais grave na escala do IPMA, representando uma situação meteorológica de risco extremo.
Os distritos de Bragança, Porto, Vila Real, Viana do Castelo e Braga vão estar sob aviso vermelho entre as 06:00 de segunda-feira e as 18:00 de terça-feira, com máximas previstas superiores a 40º. Entre as 9:00 deste domingo e as 06:00 de segunda-feira, o IPMA colocou estes mesmos distritos em alerta laranja, bem como praticamente a generalidade do país - excluindo o distrito de Faro, que tem aviso amarelo.
Portugal entrou este domingo em situação de alerta, devido às altas temperaturas e ao elevado risco de incêndio. "Face ao agravamento das previsões meteorológicas que apontam um risco significativo de incêndio rural, o Governo decidiu declarar situação de alerta em todo o território continental", anunciou no sábado a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, numa declaração ao país, sem direito a perguntas.
“Esta decisão decorre da manutenção de temperaturas muito altas, dos baixos níveis de humidade e da necessidade de adotar medidas preventivas e especiais de resposta ao risco de incêndio em grande parte do território continental”, explicou Maria Lúcia Amaral.
Autarca de Vila Real denuncia ignições com origem criminosa
Este domingo, os incêndios florestais continuam sem dar tréguas no país: ao início da noite, o fogo que mais preocupação causava era o de Vila Cova e povoações circundantes no concelho de Vila Real, com três frentes ativas que mobilizavam mais de 200 operacionais apoiados por mais de 70 viaturas.
O autarca local denuncia ignições com origem criminosa.
"Aquilo a que nós estamos a assistir é claramente um ataque ao nosso território", atirou Alexandre Favaios, em declarações aos jornalistas no terreno.
"Aquilo que nós pedimos é que as autoridades, naturalmente, continuem a fazer o seu trabalho para punir aqueles que, de alguma maneira, estão a colocar em causa aquilo que é a nossa casa comum", acrescentou.
O presidente da Câmara Municipal de Vila Real garantiu ainda que não há vítimas nem habitações em perigo, apesar de algumas casas terem sido evacuadas por precaução. Lamenta, ainda assim, "danos incalculáveis" no que toca à área florestal e à produção agrícola.
O incêndio de São Cibrão, na freguesia de Andrães, concelho de Vila Real, está em fase de resolução, tendo deflagrado ao início da tarde de sábado e obrigado mesmo à evacuação durante a noite de um lar de idosos, por precaução. Após a retirada de emergência, os 19 residentes começaram a regressar ao lar na manhã de domingo.
Um quarto dos incêndios da última semana começou à noite, avançou a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais.
A maior parte das ignições noturnas registou-se no norte de Portugal, sendo que metade dessas ocorrências está concentrada em apenas 15 concelhos do continente.
Quase 300 operacionais no fogo de Celorico de Basto
O fogo que lavra desde sábado na freguesia de Arnóia, no concelho de Celorico de Basto, tem em ação quase 300 bombeiros com o apoio de 90 viaturas.
O município assinalou, numa publicação nas redes sociais, que o local é "de muito difícil acesso e povoado de plantas invasoras".
"As temperaturas muito elevadas, com baixa humidade, tornaram o combate dos meios presentes no terreno muito difícil", pode ler-se na declaração do município.
Incêndio de Ponte da Barca controlado
O incêndio em Ponte da Barca, que lavrava há já uma semana, foi controlado na manhã deste domingo.
"Finalmente, às 10:45 de hoje, e depois da análise feita num 'briefing' com todas as entidades intervenientes neste teatro de operações, este incêndio foi dado como dominado", afirmou o comandante da Proteção Civil, Elísio Oliveira, sobre o incêndio que começou na noite de 26 de julho, citado pela Lusa.
O incêndio foi dado como dominado porque "de acordo com aquilo que é previsível não deverá sair do perímetro atingido", ainda que permaneçam no terreno cerca de 400 operacionais. Monitorizar reacendimentos e "pequenos focos" será a prioridade.