Por causa da atual crise russo-ucraniana, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, reabriu o debate sobre a criação de um exército europeu. O analista do Instituto Francês de Relações I
Existe uma cláusula de defesa mútua no Tratado de Lisboa, mas a ideia de criar uma espécie de forças armadas comuns da União Europeia (UE) tem sido muito polémica ao longo de décadas.
Por causa da atual crise russo-ucraniana, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, reabriu o debate ao defender a criação de um exército europeu, numa entrevista publicada, domingo, no semanário alemão ‘Welt am Sonntag’.
Consultado pela euronews, o analista do Instituto Francês de Relações Internacionais,Vivien Pertusot, disse que “os 28 países não partilham a mesma análise relativamente às ameaças e à forma como se lhes deve responder”.
“Logo, a ideia de Jean-Claude Juncker de ter um exército europeu para, assim, poder criar uma efetiva política de segurança e defesa é algo funcionalista. Isto é, em vez de resolver um problema, tenta impôr uma solução para tentar resolver o problema”, acrescentou.
Juncker diz que é um instrumento para conseguir que a UE seja mais respeitada, mas sem representar uma concorrência para a NATO; até porque apenas 22 dos 28 Estados-membros fazem parte desse aliança.
Vivien Pertusot referiu que “honestamente, questiono em que é que seria mais dissuasor do que o artigo da NATO sobre defesa mútua que temos em vigor. Não seria mais dissuasivo porque, provavelmente, seria mais caótico em termos de tomada de decisão e de organização. Seria extremamente complicado”.
Prova disso é que, apesar de haver batalhões de reação rápida da UE para enfrentar crises, nunca foram usados. Na crise do Mali, em 2013, por exemplo, a França acabou por avançar sozinha.