Cameron em contagem decrescente para cimeira decisiva sobre questão do Reino Unido

A cimeira europeia, na qual o primeiro-ministro britânico, David Cameron, espera obter um compromisso que responda à exigências do Reino Unido para alterar a relação com Bruxelas, arranca esta quinta-feira.
Na contagem decrescente para o “Dia D” vários líderes do bloco comunitário, uns mais embalados pelo otimismo do que outros, deixaram alertas.
“Não existe um ‘plano B’. Temos um ‘plano A’: o Reino Unido vai permanecer na União Europeia”, disse o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, acrescentou: “Claramente, a União Europeia nunca esteve numa situação tão dramática como aquela em que se encontra esta semana.”
Já Donald Tusk, o presidente do Conselho Europeu, sublinhou: “O risco de separação é real porque este processo é, na verdade, bastante delicado. É preciso gerir tudo com cuidado. O que está partido não pode ser remendado.”
Uma das propostas elencadas por David Cameron, de um novo sistema de “cartão vermelho”, tem apoiantes em outros Estados-membros. Na prática pretende-se dar ao parlamento britânico poder para bloquear propostas legislativas comunitárias que contrariam os interesses nacionais.
Mais opositores tem a exigência de pretende permitir ao Reino Unido ficar à margem de mais integração europeia. Teme-se que se possa fazer descarrilar o processo de integração para o resto do bloco.
A proposta para prevenir que os países de fora da zona euro fiquem em desvantagem face às restantes nações da moeda única também gera receios.
Uma das matérias mais polémicas, a possibilidade do Reino Unido solicitar um “travão de emergência” na concessão de apoios sociais aos imigrantes até quatro anos, esbarra na oposição de países como a Eslováquia, República Checa, Polónia e Hungria (Grupo de Visegrado.)
Na cimeira desta quinta e sexta-feira, o primeiro-ministro britânico terá de esgrimir argumentos de peso para conseguir um compromisso que satisfaça as exigências de Londres e que lhe permita fazer campanha pelo “Sim” à permanência do Reino Unido na União Europeia.