Enquanto o risco de o Reino Unido abandonar a União Europeia é uma preocupação crescente para os empresários britânicos, o primeiro-ministro David
Enquanto o risco de o Reino Unido abandonar a União Europeia é uma preocupação crescente para os empresários britânicos, o primeiro-ministro David Cameron espera que, na cimeira europeia desta quinta e sexta-feira, seja possível fechar um acordo favorável aos interesses dos britânicos. O “não” leva vantagem nas sondagens, ainda que pequena, e há quem acredite que o país não tem muito a perder:
“Os pontos positivos, para nós, são que deixaremos de estar sobrecarregados com regulamentação. Não acredito que traga mudanças significativas, para nós, em termos de comércio. A nossa relação é com o fabricante europeu e essa vai continuar a existir. Há um grande interesse, de ambas as partes, em garantir que continua a existir e tenho toda a confiança de que é o que vai acontecer”, explica Nigel Baxter, diretor de recursos humanos de uma empresa britânica.
Aspetos positivos e negativos, como a questão dos fundos verdes, ou seja, milhares de milhões de libras para a ação climática, que o país perde. Mas, para já, essa não é matéria prioritária para os britânicos. Para os que veem com bons olhos a saída da UE e para os que não acreditam que seja a solução:
“A vantagem de voltar atrás é que podemos assumir o controlo dos nossos gastos para nos certificarmos de que gastamos o nosso dinheiro nas nossas prioridades”, diz Steven Baker, deputado dos conservadores e presidente do grupo Conservatives for Britain.
“Seria muito mau, do ponto de vista do investimento, porque muitas multinacionais investem no Reino Unido porque é um mercado que fala inglês mas também porque é membro da União Europeia e, por isso, dá-lhes acesso a um mercado muito maior, 500 milhões de consumidores”, adianta Stephen Kinnock, deputado do Partido Trabalhista.
Segundo a think tank Open Europe há vida para o Reino Unido para lá da União Europeia. Ainda assim, há um custo. Até 2030, no pior cenário, pode representar uma quebra visível no PIB britânico mas tudo depende do que o governo britânico está disposto a fazer.
A Open Europe refere, num relatório, que o executivo teria de introduzir políticas pouco atrativas para quem defende a saída da União Europeia, como a aposta num comércio, com o resto do mundo, mais livre; a diminuição dos níveis de regulação e a aposta numa política de migração laboral liberal.
Mas há quem se questione ainda sobre os benefícios de sair da UE:
“Os barris vêm dos Países Baixos, as garrafas da Bélgica e o mel vem de Espanha, praticamente toda a nossa cadeia de abastecimento está relacionada com a Europa. Para além disso, exportamos para Itália e estamos a olhar para outros mercados na Europa e penso que se estivermos fora da UE isso comportará riscos.”
Os dados estão lançados. David Cameron espera apoiar a permanência no bloco dos 28, se as condições forem propícias, mas são os britânicos que decidem, ainda este ano.