Migrações: Tusk percorre rota dos Balcãs para preservar Schengen

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De  Pedro Sacadura
Migrações: Tusk percorre rota dos Balcãs para preservar Schengen

Na contagem decrescente para a cimeira União Europeia-Turquia da próxima semana foi na Áustria, país que retomou o controlo das fronteiras para fazer frente ao fluxo migratório, que o presidente do Conselho Europeu iniciou, esta terça-feira, um périplo à procura de um consenso em relação à crise que asfixia o velho continente.

Em Viena, Donald Tusk defendeu a aplicação das regras de livre circulação como forma de preservar o Espaço Schengen e apelou a que se apoie a Grécia para evitar um “desastre humanitário”: “Precisamos de enfrentar juntos as consequências humanitárias da nossa decisão. A Grécia é o país que devemos apoiar em particular. O número de migrantes que chegam à Grécia está a aumentar, não porque queiram viver no país, mas porque esperam partir dali rumo a outras nações europeias.”

Na conferência de imprensa do final do encontro, o chanceler austríaco, Werner Faymann, referiu que se não se clarificar a situação nas fronteiras externas da União Europeia, países como a Áustria terão de atuar nas próprias fronteiras: “A Áustria não é uma sala de espera para a Alemanha. Sempre dissemos ser contra a política do deixa passar. Porque Schengen é importante para nós, porque a cooperação europeia é importante para nós. É importante criarem-se condições claras nas fronteiras externas da União Europeia.”

Da Áustria, Donald Tusk prossegue a viagem pela chamada rota dos Balcãs com paragens na Eslovénia, Croácia, Macedónia e Grécia. Também estará na Turquia na quinta-feira, dia em que tem encontro marcado com o primeiro-ministro Ahmet Davutoğlu. Na sexta-feira reúne-se com o presidente Recep Tayyip Erdoğan em Istambul.

Entretanto, a situação na Grécia assume contornos cada vez mais preocupantes com milhares de pessoas bloqueadas na fronteira com a Macedónia. A polícia da Macedónia usou gás lacrimogéneo para dispersar a multidão que tentou destruir uma vedação que separa os dois países.