Migração: Itália quer código de conduta para ONG que operam no mar

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De  Isabel Marques da Silva  com Lusa
Migração: Itália quer código de conduta para ONG que operam no mar

Depois da ameaça de fechar os seus portos, muito criticada, e sem a boa vontade de outros países europeus para receberem os barcos das organizações não-governamentais que resgatam migrantes no mar Mediterrâneo, a Itália tenta encontrar outras soluções.

Uma delas é criar um código de conduta para estas organizações, bem recebida pelo comissário europeu para a Migração.

“Temos de elaborar um código de conduta com as organizações não-governamentais, que desempenham um papel muito importante no salvamento de vidas no mar. Consideramos que tem de haver uma coordenação dessa cooperação, já que estamos do mesmo lado no esforço para ajudar pessoas desesperadas”, disse Dimitris Avramopoulos à euronews.

“Mas, ao mesmo tempo, também temos que intensificar os esforços para repatriar pessoas, em particular aquelas que não precisam de proteção internacional”, acrescentou o comissário.

Estas propostas foram discutidas, domingo, com a França e a Alemanha, mas serão apresentadas, na quinta-feira, num conselho de ministros da Justiça e da Administração Interna da União Europeia.

“Pedimos que a Europa partilhe este fardo conosco”, disse o primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni. “É um imperativo se a Europa quiser respeitar os seus próprios valores, História e civilização”, acrescentou o líder.

Outras medidas previstas são acelerar o dispositivo europeu de recolocação e dar um apoio adicional à missão do Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados na Líbia, de onde partem muitos migrantes.

No pacote consta, ainda, estudar uma forma de reforçar o controlo das fronteiras no sul da Líbia, com o objetivo de “restringir os fluxos migratórios irregulares”, em “coordenação estreita com os países vizinhos da Líbia”.

O reforço do apoio à guarda costeira líbia far-se-á através do “aumento das atividades de formação” e de um “apoio financeiro suplementar, garantindo um acompanhamento estreito das atividades”, precisa um comunicado citado pela agência de notícias France-Presse.