Risco de atividade de células terroristas na Europa é uma realidade

Desenho de Salah Abdeslam no tribunal em Bruxelas
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De  Isabel Silva  com Lusa e AFP

O silêncio do presumível terrorista Salah Abdeslam não dá muitas pistas às autoridades sobre as circunstâncias dos atentados de que é acusado, em Paris e Bruxelas, mas os peritos alertam que continua a existir um sério risco de atividade de células semelhantes àquela a que alegadamente pertencia.

Salah Abdeslam manteve a estratégia do silêncio, esta segunda-feira, no início do julgamento sobre o tiroteio em que ficaram feridos três polícias, em Bruxelas, a 15 de março de 2016.

"Anda existem estruturas terroristas ou indivíduos radicalizados que podem formar novas estruturas"

Claude Moniquet Perito em segurança estratégica

O presumível terrorista escapou dessa rusga, sendo detido três dias mais tarde. Mas o risco de novos ataques mantém-se elevado, segundo os peritos.

"A questão a colocar é: ainda existem células adormecidas, ou até mesmo ativas, que preparam ataques na Bélgica e em França? Existe esse risco. Desde 2015 e até muito recentemente, foram feitas muitas detenções, o que prova que ainda existem estruturas terroristas ou indivíduos radicalizados que podem formar novas estruturas", disse, à euronews, Claude Moniquet, co-fundador do Centro Europeu de Informação e Segurança Estratégica.

O belga de origem marroquina foi pouco depois transferido para França, por ser alegadamente o único sobrevivente da célula que fez os ataques em Paris, em novembro de 2015, que causaram 130 mortos.

"O silêncio não vai servir de atenuante", disse, à euronews, Bilal Bley Mokono, uma das vítimas que ficou ferida.

"Seria do seu interesse que ele respondesse às vítimas. Que ele não queira responder aos investigadores é uma coisa, mas devia pelo menos responder às vítimas porque são elas que, até hoje, mais anseiam pelas suas respostas", acrescentou, numa entrevista por telefone.

Seguidor dos jihadistas do Daesh, Abdeslam é também suspeito de ter deixado prontos os meios para os ataques em Bruxelas, que ocorreram quatro dias após a sua detenção e que causaram 35 mortos.

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