O Brexit, a difícil relação com a Rússia, o redesenhar da parceria transatlântica são desafios que a Europa enfrenta em busca de um novo papel na defesa e que estão em debate na Conferência de Segurança de Munique.
"Se nos impuserem outra Guerra Fria temos mais hipóteses de ganhar"
Conselheiro do governo da Rússia
Qual a estratégia europeia para se defender de ameaças externas e terá o continente a capacidade para enfrentar as divisões internas que a enfraquecem? Este é um dos debates na Conferência de Segurança de Munique, sexta-feira, e um das respostas será resolver a bem o problema da saída do Reino Unido da União Europeia.
"Estamos abertos a uma parceria em matéria de segurança e defesa, mas é importante que os britânicos digam se teremos um acordo de livre comércio sobre o qual trabalharemos ou não. Estamos atentos à discussão em Londres sobre outras opções, tais como uma zona comum de livre comércio, mas queremos clareza", disse Michel Barnier, negociador-chefe do Brexit pela União Europeia.
Desafios internos que deixam a Rússia mais confiante, segundo disse à euronews Sergey Karaganov, um influente assessor do Presidente russo: "Se nos impuserem outra Guerra Fria temos muito mais hipóteses de ganhar do que a última vez, mas não queremos jogar esse jogo".
Outro desafio para os europeus é redesenhar a parceria transatlântica face ao pendor cada vez mais protecionista dos Estados Unidos.
"Um relatório preliminar dos organizadores enfatiza as tensões entre a NATO e a Rússia. Mas os representantes do governo norte-americano estão menos interessados em mostrar solidariedade com os aliados europeus do que em fazer novos contratos para as suas empresas", explica o enviado especial da euronews, Andrei Beketov.