Em causa está um encontro em outubro passado com um alto funcionário da Comissão Europeia.
A polémica volta a envolver o antigo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. Em causa está um encontro realizado no dia 25 de outubro passado entre o agora funcionário do banco Goldman Sachs e o atual vice-presidente da comissão, Jyrki Katainen, responsável pelo emprego e crescimento. Numa carta tornada pública esta terça-feira, o comissário Jyrki Katainen confirmou o encontro.
"Barroso deverá ser tratado como um lobista"
Corporate Europe Observatory
A comissão reagiu ao anúncio afirmando que o encontro teve lugar dentro da legalidade aplicável.
"Vinte e quatro horas depois desse encontro, o vice-presidente Katainen publicou os detalhes seguindo os procedimentos em curso relativos à transparência. Esta reunião decorreu 36 meses depois da partida de Barroso da Comissão, na época o limite era de 18 meses", afirmou o porta-voz da Comissão, Margaritis Schinas.
No centro da polémica está a promessa efetuada por Barroso segundo a qual não iria fazer lóbi em nome do Banco norte-americano junto da Comissão que dirigiu entre 2004 e 2014. Segundo o comissário Katainen, no encontro em outubro passado foram abordados temas relacionados com comércio internacional e defesa.
As revelações tiveram lugar após um pedido de informação efetuado pela organização não-governamental Corporate Europe Observatory.
O "Presidente Juncker emitiu linhas de orientação dirigidas a todos os funcionários da comissão, em cuja interpretação se incluem os comissários, e segundo as quais Barroso deverá ser tratado como um lóbista. Isso significa que é preciso ter cuidado com a reputação das instituições. Nós pensamos que a forma como Katainen organizou este encontro não foi muito prudente pois os dois encontraram-se sozinhos num hotel", adiantou Margarida Silva da ONG Corporate Europe Observatory.
Várias organizações não-governamentais criticaram a comissão e apelaram ao Comité Independente de Ética para proceder à revisão do estatuto de lobista de Durão Barroso.
João Ferreira