A igualdade de género na Europa

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Insiders entrevista Virgija Langbakk, diretora do Instituto Europeu para a Paridade de Género.

Os acontecimentos dos últimos meses mostram que chegar a uma situação de igualdade entre mulheres e homens, assim como o respeito pelas mulheres, continua por atingir. Isto, mesmo no caso das sociedades mais avançadas.

Agora que, mais do que nunca, sabemos quando e como são respeitados os direitos das mulheres, o INSIDERS decidiu conhecer melhor países à frente na batalha pla igualdade de género para saber como conseguem o que conseguem.

Nesta edição de INSIDERS fomos à Islândia, um dos países mais igualitários do mundo, seja em acesso à educação, à saúde, ao emprego, seja na vida privada, com a família. Entrevistámos Virginija Langbakk, diretora do Instituto Europeu para a Paridade de Género.

EURONEWS: Senhora Langbakk, obrigada por estar connosco. Vimos na nossa reportagem que as leis e a educação podem ajudar ao progesso na igualdade de género. Acha que um aspeto pode ser mais importante do que o outro?

VIRGINIJA LANGBAKK: As leis estabelecem as normas básicas, o que permite a ligação entre Direitos das Mulheres e Direitos Humanos. Se tivermos as normas, podemos controlar comportamentos. E podemos fazer com que as leis sejam cumpridas, por exemplo, pelos Governos. Algo que seria mais difícil de fazer sem leis. A educação tem mais a ver com mentalidades, com uma mudança no comportamento. É um processo mais longo. Tem a ver com a vida, com a nossa vida, em casa e no trabalho. E ambos domínios são importantes para a igualdade de género.

EURONEWS: O que pensa, por exemplo, das quotas para mulheres?

VIRGINIJA LANGBAKK: Não sabemos ainda qual é o impacto real da medida nos países onde foi implementada. Não podemos ainda avaliar o efeito. Mas o que sabemos até agora, se analizamos países como Itália ou Eslovénia, é que, com a introdução de quotas, a evolução foi importante. E os debates foram intensos. As quotas fazem com que as pessoas reflitam. Sei que, em algumas companhias, especialmente no mundo dos negócios, alguma sempresas preferem pagar multas em vez de acomodarem mais mulheres. Tentam encontrar desculpas. Mas as quotas fazem com que as pessoas pensem no estado das coisas e costumam fazer com que haja algum progresso.

EURONEWS: Alguns analistas defendem que a igualdade de género é mais fácil de implementar em países escandinavos, graças a uma cultura e história específicas.

VIRGINIJA LANGBAKK: Não me parece que história tenha criado uma situação específica no caso dos países nórdicos, porque tiveram os mesmos desafios que os outros países. As mulheres não podiam votar, depois tiveram esse direito, depois houve as guerras mundiais. As mulheres começaram depois a trabalhar. E claro que o movimento pelos Direitos das Mulheres é importante. Mas há movimentos pelos Direitos das Mulheres noutros países. A forma como os países nórdicos chegaram à igualdade de género é seguida pela União Europeia. É um modelo que tem sido imitado.

EURONEWS: A seu ver, quais são os desafios mais importantes, as batalhas a travar, no sentido de chegar à igualdade de género na União Europeia?

VIRGINIJA LANGBAKK: O aspeto onde a desigualdade de género mais tem vindo a agravar-se é na forma desigual como ocupamos o nosso tempo fora do trabalho. Na família, em casa e com os mais velhos. Há realmente diferenças enormes neste setor. Podemos dizer que há alguns homens na União Europeia ajudam uma hora em casa, em trabalho que não é pago. Mas a maioria não faz nada. Outro problema continua a ser o emprego, porque temos ainda grandes diferenças nas pensões, que é o resultado das políticas de emprego. Mesmo os empregos continuam a criar diferenças nos salários. Outra área que deve ser alvo de atenção é a violência exercida sobre as mulheres.

EURONEWS: Acha que existe uma divisão na União Europeia, entre o norte, o sul, o oeste e o leste. Ou é algo demasiado simplista?

VIRGINIJA LANGBAKK: Sim, parece-me uma divisão demasiado fácil ou simplista, dizer que podemos dividir as coisas assim. A Bulgária está entre os países com mulheres a trabalhar em novas tecnologias. Se nos referimos ao sul, pensamos na Espanha, que faz um trabalho muito importante na violência contra as mulheres. Têm multiplicado as políticas nesse sentido e têm muitas medidas. E a Itália tomou medidas para aumentar a presença das mulheres na política.

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