A grande visão de Macron para a Europa

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De  Joao Duarte Ferreira
Macron a discursar em Atenas
Macron a discursar em Atenas

Foi em Setembro de 2017 que Macron escolheu Atenas para discursar sobre o futuro da Europa. 

"O que é necessário criar é um movimento de alcance europeu que possa servir de alternativa aos antigos movimentos"

Guy Verhofstadt Eurodeputado, Liberais, Bélgica

Depois de Atenas foi a vez de Paris e agora o presidente francês prepara-se para discursar esta terça-feira no parlamento europeu em Estrasburgo.

Perante um contexto internacional marcado pelo agudizar de tensões, a mensagem de Macron tem tudo para se fazer ouvir. 

No Reino Unido, o Brexit tornou-se numa dor de cabeça sem fim à vista para o executivo britânico, algo que começa a mudar as percepções relativamente à União Europeia.

E depois há ainda a crescente imprevisibilidade de Trump, em particular no comércio internacional. Sem esquecer a ameaça crescente da Rússia. Tudo isto a contribuir para o isolamento da Europa.

Por todas estas razões, o discurso de Macron em Estrasburgo é aguardado com ansiedade. Prevê-se que o presidente francês venha dar um novo alento à sua visão europeia consubstanciada pela  transposição do seu partido, La Republique En Marche, para uma escala europeia. Foi em Bruxelas que a euronews falou com um dos responsáveis do movimento La Grand Marche pour l'Europe.

"Estamos cientes que no século XXI somos um século de impérios continentais e que face à Rússia, aos Estados Unidos, face à China que é uma civilização, à Índia e amanhã a África, precisamos de ter uma Europa unida", afirma Pieyre-Alexandre Anglade.

Um aliado de Macron, o eurodeputado liberal Guy Verhofstadt, explica a necessidade de se criar uma nova força política na Europa.

"O que é necessário criar é um movimento de alcance europeu que possa servir de alternativa aos antigos movimentos como é o caso dos populares e dos socialistas que desde há décadas têm vindo a bloquear a vida política europeia", reforça Guy Verhofstadt, eurodeputado liberal belga.

Com a saída do Reino Unido a menos de um ano, e eleições europeias pouco depois, talvez agora seja a altura certa para o sonho europeu liberal se concretizar.