UE e EUA unidos na condenação do ataque com armas químicas na Síria mas muito longe de encontrar uma solução para o conflito.
"É tempo de após sete anos de um conflito atroz, de falar de política e de uma solução"
Académico e antigo diplomata, Carnegie Europe
A União Europeia está alinhada com o Reino Unido, a França e os Estados Unidos na condenação do ataque com armas químicas apelando ainda ao seguimento do processo definido pela ONU.
Este o teor do encontro do Conselho de Negócios Estrangeiros da UE que se reuniu esta segunda-feira no Luxemburgo.
"Os ministros dos Negócios Estrangeiros classificaram o alegado ataque com armas químicas na Síria como "chocante" apelando à realização de uma investigação independente. Federica Mogherini, a chefe da diplomacia europeia apelou ao relançamento do processo de paz da ONU. Este um dos tópicos a discutir estar terça-feira no parlamento europeu em Estrasburgo" afirma a repórter da euronews Isabel Marques da Silva que acompanhou o encontro.
A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, não escondeu o desapontamento ao afirmar que a solução para este conflito que dura há sete anos parece ainda muito longe.
"A única forma de colocar um ponto final no sofrimento e na morte de tantos sírios e, já agora, a única forma de evitar o escalar da crise síria para um conflito regional ou mesmo global, é pressionar todas as partes e, em particular, o regime sírio a vir a Genebra com intenções sérias para negociar", disse após o encontro de chefes da diplomacia europeia.
O alegado ataque químico na Síria e a resposta do Ocidente poderão não ser suficientes para colocar um ponto final no conflito mas pode ser o sinal para regressar à mesa das negociações como afirma este académico e antigo diplomata.
"A Rússia foi prevenida a fim de salvaguardar o seu pessoal e equipamentos. Por isso, esses ataques, que não são de todo uma agressão contra a Rússia e nem mesmo contra o regime de Assad, servem para dar o sinal que é tempo de após sete anos de um conflito atroz, de falar de política e de uma solução para o conflito", adianta Marc Pierini do "think tank" Carnegie Europe.
Para a semana, representantes da diplomacia dos países árabes e representantes da oposição síria discutem em Bruxelas formas de terminar com este conflito.