Eurovisão ou o lado suave da diplomacia

Todos sabemos que é "kitsch" mas o festival da Eurovisão, que tem lugar este fim de semana em Lisboa, também toca na política europeia.
"Portugal é um país que goza de uma imagem positiva no mundo, por isso não há grandes lutas a representar no palco"
Historiador, Universidade de Viena
É o caso da canção francesa, por exemplo.
"Mercy" fala sobre a crise dos refugiados, uma canção inspirada por uma criança nascida a bordo de um barco de refugiados em pleno Mediterrâneo.
Mas depois da Rússia ter sido afastada da competição no ano passado devido às fricções com a Ucrânia, os comentadores afirmam que desta vez o festival não é tão político.
"As tensões entre a Rússia e a Ucrânia não são evidentes. Por sua vez, Portugal é um país que goza de uma imagem positiva no mundo, tem boas relações com o país vizinho, por isso não há grandes lutas a representar no palco da eurovisão", afirma o historiador Dean Vuletic da Universidade de Viena.
Há muito que a Eurovisão serve de entretenimento para os decisores e diplomatas europeus.
A belga Sandra Kim atuou em Bruxelas depois de vencer o festival em 1986.
"A Bélgica pode não ter chegado à final da eurovisão este ano mas isso não impede que Bruxelas não festeje. Aqui, na capital europeia por excelência, eles estão a planear uma festa de arromba neste hotel" adianta Damon Embling, repórter da euronews, que visitou o local da festa da Eurovisão na capital belga.
É aqui que muitos funcionários europeus se juntarão para celebrarem.
E decerto que escutarão a participação israelita, que também carrega uma mensagem política.
"A política é lado mas encontrar pessoas, independentemente de onde vêm ou do que acreditam, trata-se do factor humano, as pessoas a socializarem. A ideia deste evento que estamos a organizar é que as pessoas esqueçam o que está a acontecer", acrescenta Wael Afifi, organizador do evento.
A França e Israel contam-se entre os temas favoritos para ganharem o concurso. A final está marcada para este sábado em Lisboa.