Os eurodeputados debateram as consequências da decisão do Presidente dos EUA, Donald Trump, de se retirar do acordo nuclear iraniano. A chefe da diplomacia da União Europeia disse, em Estrasburgo, que a diplomacia deve prevalecer, numa alusão à recente dimeira dos EUA com a Coreia do Norte.
A poucos dias do Campeonato do Mundo de Futebol, a seleção do Irão sentiu o impacto das novas sanções dos Estados Unidos, depois da marca desportiva Nike ter deixado de lhe fornecer as sapatilhas.
As sanções acompanham a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de abandonar o acordo nuclear com o Irão, que os parceiros europeus ainda tentam salvar.
Federica Mogherini, chefe da diplomacia da União Europeia, aludiu à recente cimeira EUA/Coreia do Norte para dizer que "a diplomacia e o diálogo são o único caminho a seguir, seja para ter paz duradoura na península coreana, como noutros lugares".
"Devo dizer que isso é um sinal claro de que o caminho diplomático é muitas vezes desafiante, é muitas vezes o mais difícil, mas é sempre o mais gratificante", acrescentou, durante o discurso na sessão plenária do Parlamento Europeu, terça-feira, em Estrasburgo (França).
"Não nos podemos subordinar à lei do mais forte que é a lei de Donald Trump. Uma lei que, no final das contas, nem sequer é civilizada", afirmou Ana Gomes, eurodeputada socialista portuguesa.
Embora os europeus acreditem que o acordo pode sobreviver sem os Estados Unidos porque tem o apoio da China e da Rússia, Cornelia Ernst, eurodeputada da esquerda radical alemã, sugere que "se abra uma delegação oficial da União Europeia em Teerão (capital do Irão). Seria um bom sinal".
"Precisamos de uma situação pacífica nesta região. É importante para nós e para as pessoas dessa região", acrescentou.
Dentro de uma semana, uma delegação iraniana desloca-se a Bruxelas, para analisar com interlocutores europeus como salvar o acordo, assinado em 2015, que levou ao restabelecimento de relações política e comerciais daquele país com o Ocidente.