A ideia de criar centros de processamento de migrantes e refugiados que querem vir para a União Europeia tem de ser ponderada com muito cuidado, considera a Comissão Europeia. O executivo comunitário recusa o formato de unidades de detenção, segundo o responsável por esta pasta.
A ideia de criar centros de processamento de migrantes e refugiados que querem vir para a União Europeia tem de ser ponderada com muito cuidado, considera a Comissão Europeia.
Sou contra uma espécie de Baía de Guantánamo para migrantes. Isso é contra os valores europeus
Comissário europeu para a Migração
O executivo comunitário recusa o formato de unidades de detenção em países terceiros, segundo o responsável por esta pasta.
"Sou contra uma espécie de Baía de Guantánamo para migrantes. Isso é contra os valores europeus e está fora de questão", disse Dimitris Avramopoulos, em conferência de imprensa, quinta-feira, em Bruxelas.
A Comissão Europeia já começou contactos com agências das Nações Unidas sobre esta ideia e divulgou um documento de linhas orientadoras para inspirar o debate entre os governos dos Estados-membros.
Avramopoulos insiste na necessidade de uma política unânime, argumentando que "não há outro caminho pela frente".
"Temos que manter esse princípio e esgotar todos os meios que temos para superar este problema. O espaço de livre circulação de Schengen tem que ser protegido, mas não é um "esquema" qualquer. Tenho dito que é uma das grandes conquistas europeias", acrescentou.
Na reunião informal, este domingo, alguns dos Estados-membros mais atingidos pelos fluxos migratórios tentarão conciliar a necessidade de preservar o espaço Schengen com a necessidade de reformar a lei de asilo num espírito de solidariedade.
A proposta da Comissão Europeia prevê novos mecanismos de triagem dos migrantes e refugiados, aumentar os guardas nas fronteiras externas da União Europeia e criar um novo esquema de reinstalação, entre outras medidas.