A ideia de plataformas regionais fora da União Europeia para processar requerentes de asilo e migrantes começa a reunir o interesse de alguns governos, mas existem muitas vozes críticas. Entre elas, a da Amnistia Internacional, organização não-governamental de defesa dos direitos humanos.
A ideia de plataformas regionais fora da União Europeia para processar requerentes de asilo e migrantes que tentam chegar à Europa começa a reunir o interesse de alguns governos, mas existem muitas vozes críticas. Entre elas, a da Amnistia Internacional, organização não-governamental dedicada à defesa dos direitos humanos.
“A nossa experiência diz-nos, especialmente se olharmos para o caso da Austrália e de outros países, que essa ideia levanta muitas preocupações do ponto de vista dos direitos humanos", disse, à euronews, Iverna McGowan, diretora do gabinete para as relações com a União Europeia.
"Sob que jurisdição ou território seriam criadas essas plataformas? Como seria feita a reinstalação, ou seriam apenas centros de detenção causando enorme sofrimento humano e sem nenhuma capacidade de retirar essas pessoas dos campos? São questões preocupantes no momento em que os europeus expressam indignação com a política de migração de Donald Trump nos EUA. Pode ser pior na Europa se as pessoas não forem vigilantes", explicou.
A Agência para os Refugiados (ACNUR) e a Organização Internacional para a Migração são as duas entidades da ONU com as quais a União Europeia estabeleceu contactos nesta matéria. Mas a Amnistia Internacional considera que a eventual supervisão das Nações Unidas nessas plataformas não é suficiente.
Além disso, Iverna McGowan realça que "não temos um problema de migração na Europa".
"Nenhum país europeu está no topo dos países que acolhem mais refugiados. Esta é uma tática política para desviar a atenção. No interior da União Europeia pode ser encontrada uma solução para a reforma do regulamento de Dublin que sirva os interesses da Europea e os das pessoas que precisam de asilo e é isso que é necessário aprovar nesta cimeira", acrescentou.
A União Europeia assinou um acordo com a Turquia, em 2016, que levou à quebra do número de requerentes de asilo que utilizavam essa rota.
Ainda hoje se ouvem críticas por a União estar a "externalizar as suas responsabilidades", nomeadamente, com um país em diretiva autoritária.
Encontrar semelhantes parceiros no Norte de África pode ser ainda mais complexo.