A propósito da viagem do navio Aquarius, com 629 migrantes a bordo, rumo a Espanha, depois de Itália e Malta terem recusado recebê-lo, o jornalista Damon Embling entrevistou Eugenio Ambrosi da Organização Internacional para as Migrações.
A propósito da viagem do navio Aquarius, com 629 migrantes a bordo, rumo a Espanha, depois de Itália e Malta terem recusado recebê-lo, o jornalista Damon Embling entrevistou Eugenio Ambrosi da Organização Internacional para as Migrações.
Euronews: O que lhe parece do drama que tem envolvido este navio de resgate?
Eugenio Ambrosi: Penso que é a confirmação do problema que a Europa tem tido nos últimos três, quatro anos, desde que o fluxo aumentou. Falta uma resposta, uma gestão e uma governação comum do fluxo e da questão da migração.
E: Ao fechar a porta a Itália viola a lei?
EA: Penso que é um pouco uma área cinzenta e que tudo gira em torno da definição de porto seguro mais próximo. É claro que um navio que resgata pessoas no mar, migrantes ou quaisquer outras pessoas, tem uma responsabilidade e obrigação e precisa que o deixem atracar no porto seguro mais próximo. Naquela parte específica do Mediterrâneo, a Itália é responsável pela área de Busca e Salvamento e tem de fazer a ligação sobre onde é que o navio pode atracar ou não. Por isso, talvez seja legal o que fizeram, mas não necessariamente útil nesta situação específica.
E: Isto acontece numa altura em que a Europa enfrenta uma enorme crise de identidade. O que pensa do que se passa entre a França e a Itália agora?
EA: Acho que a grande pergunta é: é apenas no aspeto da migração que a Europa não se consegue unir ou é um sintoma de uma doença maior, de uma União que parece estar a ter um grande número de divisões em imensos assuntos e que tem dificuldades em ser uma união? E esta é a questão que a UE tem de colocar a si mesma e, esperemos, resolver.