A ameaça do governo italiano de suspender pagamentos para o orçamento da União Europeia por causa da questão migratória caiu em saco roto e foi criticada pela Comissão Europeia.
A ameaça do governo italiano de suspender pagamentos para o orçamento da União Europeia por causa da questão migratória caiu em saco roto e foi criticada pela Comissão Europeia.
Somos confrontados a toda a hora com soluções técnicas que fazem sentido no papel, mas não há vontade política
Eurodeputado, centro-esquerda, Malta
O vice-primeiro-ministro italiano, Luigi Di Maio, usou esse trunfo, sexta-feira, para tentar convencer outros países a receber cerca de 150 migrantes a bordo de um navio Diciotti, atracado na Catania.
"Na Europa as ameaças são inúteis, não levam a lugar nenhum. A única maneira de resolver o problema na Europa é trabalhar em conjunto de forma construtiva e com boa vontade. Não se trata da Comissão contra ninguém, são os Estados-Membros que devem encontrar uma solução e, obviamente, a Comissão, como sempre, está lá para ajudar", disse Alexander Winterstein, porta-voz da Comissão Europeia, em conferência de imprensa, sexta-feira, em Bruxelas.
Uma dúzia de países, incluindo Portugal, reuniram-se, em Bruxelas, ao nível de altos funcionários, para discutir novas propostas de gestão da migração do ponto de vista duradouro e não o caso particular do barco Diciotti.
A falta de vontade política é destacada por um eurodeputado socialista de Malta, Alfred Sant: "Somos confrontados a toda a hora com uma série de soluções técnicas que fazem sentido no papel, mas não há vontade e visão política para implementar algo realmente eficaz. Temos muitas propostas técnicas de qualidade mas ficam sempre só no papel".
Muitos países falam na necessidade de solidariedade e redistribuição dos migrantes mas o ministro da Bélgica com esta pasta, Theo Francken, fez questão de frisar que o país não está disponível para esse acolhimento.