Relatório Sargentini vai ser votado no Parlamento Europeu na próxima semana
Na próxima semana a Hungria volta a dominar as atenções.
"Os cidadãos húngaros têm direito à democracia e ao estado de direito como quaisquer outros cidadãos europeus"
Relatora do Parlamento Europeu
O parlamento europeu vota a ativação do Artigo 7º contra a Hungria.
No relatório Sargentini, a relatora do Parlamento Europeu apela à ativação do processo do Artigo 7º que poderá resultar na imposição de sanções.
O maior grupo parlamentar, o PPE, encontra-se dividido sobre esta matéria.
"Penso que vai ser uma votação difícil, uma maioria de dois terços é muito. Mas sei que o parlamento apoia o relatório que eu elaborei e que foi decidido no Comité das Liberdades Civis. Mas a mensagem é clara: as coisas não correm bem na Hungria e os cidadãos húngaros têm direito à democracia e ao estado de direito como quaisquer outros cidadãos europeus", afirma Judith Sargentini, relatora do Parlamento Europeu e autora do relatório.
No relatório, Sargentini afirma que o executivo liderado por Viktor Orban infringiu valores europeus de forma repetida. O documento destaca problemas no sistema eleitoral, corrupção, liberdade de expressão, liberdade académica, entre outros. No entanto, o facto de Orban ter ganho eleições, não será isso suficiente legitimidade democrática?
"Não penso que seja democrática a apropriação de fundos europeus para o enriquecimento da sua própria família. Não penso que seja democrático encerrar jornais de um dia para o outro. Penso que os húngaros querem fazer parte da Europa e querem órgãos de comunicação independentes", afirma a relatora.
O ministro húngaro dos negócios estrangeiros descreveu o relatório como uma coleção de mentiras. O governo insiste que o relatório é um ato de vingança das forças de esquerda devido às políticas anti-emigração de Viktor Orban.