PPE sob pressão para expulsar Fidesz de Orbán

PPE sob pressão para expulsar Fidesz de Orbán
De  Joao Duarte Ferreira

Líder húngaro defende regresso às raízes espirituais da democracia-cristã

O partido Fidesz do líder húngaro Viktor Orbán continua a causar preocupação no seio da família política europeia de centro-direita, o Partido Popular Europeu. 

"Quando se é contra o estado de direito e contra a independência dos tribunais, não se é democrata-cristão"

Donald Tusk Presidente, Conselho Europeu

Depois de ter apoiado o relatório do Parlamento Europeu que recomendou a ativação do artigo sétimo do Tratado da União Europeia a fim de sancionar a Hungria por violações do estado de direito, o PPE está agora sob pressão para expulsar o partido.

No congresso de Helsínquia, o PPE adotou uma resolução de emergência na qual exige respeito pelos valores e liberdades fundamentais da União Europeia, de momento debaixo de ameaça.

A resolução não menciona o nome da Hungria mas muitos delegados presentes em Helsínquia afirmam que se trata de uma mensagem direta para o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

"Vamos restaurar a unidade do Partido Popular Europeu. Nunca confiemos naqueles que servem ambições pessoais dividindo a família PPE através de acusações socialistas e liberais. Em nome da vitória regressemos às nossas raízes espirituais e proclamemos a renascença da democracia cristã", disse Orbán no seu discurso.

Discursando perante os presentes, o chanceler alemão, Sebastian Kurz, adiantou que os valores da União Europeia são sagrados independentemente do partido a que o líder do país pertença. O PPE descreveu Orbán como o filho mal comportado que todas as famílias têm e como tal seria melhor mantê-lo próximo.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, recordou a definição de democracia-cristã.

"Quando se é contra o estado de direito e contra a independência dos tribunais, não se é democrata-cristão. Se não gostamos de uma imprensa independente e de ONGs, se toleramos a xenofobia, o nacionalismo e o antisemitismo, então não se é democrata-cristão".

De acordo com as regras do PPE, a presidência do grupo pode considerar a expulsão do partido se sete elementos de cinco países diferentes solicitarem um voto.

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